Das doenças que ocorrem no cafeeiro brasileiro, a ferrugem é uma das mais importantes, devido aos grandes prejuízos que causa à cultura. O agente causal da doença é o fungo Hemileia vastatrix, que caso não seja controlado de maneira precisa e eficiente, pode causar redução de até 50% em safras posteriores. Ocorre também perda na qualidade da bebida, provocando uma queda nos valores de comercialização do produto.
De acordo com o Dr. Júlio César de Souza, especialista em entomologia agrícola, os sintomas da doença não são perceptíveis a olho nu, por isso é preciso muita experiência para diferenciá-los de outros problemas fitossanitários. Souza diz também, no curso Pragas do Cafeeiro, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas e coordenado por ele, que o principal sinal só ocorre na fase final, que é a presença de pústulas de coloração amarelo-alaranjada na parte de baixo das folhas. Devido a esses fatores, o controle deve ser preventivo.
Também na coordenação do curso do CPT, o professor Dr. Paulo Rebelles Reis, especialista em entomologia e acarologia, explica que a moléstia ainda causa a queda precoce das folhas e a seca de ramos produtivos, o que pode refletir na quantidade de botões florais e, consequentemente, na produtividade da safra futura.
Os meses de maior incidência são de novembro a janeiro, ou seja, na época mais chuvosa. Porém, a ferrugem vai se expressar com maior intensidade neste período de agora, entre maio e julho, quando o cafeeiro completou o enchimento de grãos. Dessa forma, é nos meses de novembro, dezembro e janeiro que deve ser feito controle preventivo.
Mesmo após as pulverizações, o monitoramento precisa ser constante. O ideal é aproveitar esse momento para avaliar o advento de outras pragas e doenças. A frequência e a intensidade com que elas ocorrem na lavoura são relacionadas às características como resistência, tipo de cultivar, disponibilidade de água, fertilidade do solo, nutrição da planta, temperatura, espaçamento, tipo de irrigação, entre outras.
Por: Ariádine Morgan
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