O desmame é uma etapa importante da alimentação do bebê. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a amamentação exclusiva seja realizada até os seis meses. O processo de transição para a nova fase alimentar pode gerar alguns desconfortos tanto à mãe quanto à criança. Portanto, são necessários alguns cuidados para que o desmame seja bem sucedido.
Depois de seis meses de vida, o sistema digestivo da criança está preparado para ingerir outros tipos de alimentos. Assim, o organismo receberá nutrientes que o leite sozinho não fornece. O leite materno não será retirado completamente. De acordo com a OMS, é aconselhável que o aleitamento se estenda por até dois anos. Contudo, o desmame não deve ser realizado com negligência.
O cardápio deve mudar gradualmente. Além disso, a criança aprende a usar outros instrumentos para se alimentar. Aos nove meses, já é possível estimular sua habilidade para essa tarefa. Ela pode começar a receber líquidos em copos e xícaras, o que substitui a sucção. Outra dica importante é quanto à mamadeira, "sempre que o desmame iniciar, após o sexto mês, evite as mamadeiras. A criança agora não é mais lactente que precisa sugar, precisa sim desenvolver novas habilidades", afirma a especialista Luciana Fiel, professora do Curso Do Nascimento ao Primeiro Ano do Bebê, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.
Uma outra recomendação da especialista é que a época ideal para iniciar o desmame deve levar em conta também a saúde e o peso da criança, além do ritmo de vida da mãe. O curso traz outras orientações importantes, veja a seguir:
No início: Suco de frutas para começar. A melhor opção são os sucos de fruta natural. Por cerca de duas semanas, no intervalo entre as mamadas, ofereça ao bebê um pouquinho de suco de frutas da estação. Não há restrições: pode-se usar qualquer fruta: laranja (e não apenas a laranja lima), acerola, tangerina, maracujá, beterraba, couve, limão, cenoura e mamão. Se a criança nunca usou mamadeira, não há por que introduzi-la agora: use colher de chá e, depois, adote as canecas, com ou sem alça.
Varie as frutas, mas teste a reação do bebê, introduzindo uma de cada vez, esperando dois dias para acrescentar novas variedades. Isso é importante para verificar se a criança apresenta alergias. A mesma regra vale para as papas doce e salgada.
A hora da papa doce: após a quinzena de oferta de sucos, é hora de oferecer alimentos mais sólidos. As frutas continuam no cardápio, mas servidas em colheres, raspadas ou amassadas com garfo. No início, isso é feito como um complemento da mamada. Escolha a que for mais adequada ao seu horário. Depois que o bebê comeu um pouquinho da fruta (comece com uma ou duas colheres), ofereça o peito ou mamadeira para que ele complete a refeição. Ao longo de duas semanas, o bebê aceita maior quantidade de fruta e mama menos.
A vez da papa salgada: as papinhas salgadas, à base de legumes, hortaliças, arroz, caldo de feijão e de carne e gema de ovo devem ser introduzidas nas mamadas da hora do almoço e, depois, no jantar, seguindo sempre o mesmo processo: colheres antes, mamadas depois, até que o bebê já não aceite mais o leite. Na primeira semana, a papa deve ser bem macia, mas nunca líquida. A papa deverá ser passada em uma peneira de inox grossa, tendo a consistência de um purê, nunca usar liquidificador. Já na segunda semana, a comida deve estar mais consistente e, gradativamente, pode-se incluir pequenos grãos e pedacinhos de legumes, deixando a peneira de lado e usando o garfo para amassar os alimentos. Refeições líquidas ou pastosas atrasam o desenvolvimento da mastigação.
Por Luci Silva
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