A educação alimentar é um dos pontos fundamentais no tratamento do diabetes. Não é possível um bom controle metabólico sem uma alimentação adequada. Planos alimentares baseados na avaliação nutricional do indivíduo e no estabelecimento de objetivos terapêuticos específicos, levando-se em consideração os aspectos nutricionais, médicos e psicossociais, substituíram as dietas com distribuição calórica padronizada dos macronutrientes.
O objetivo geral da orientação nutricional é auxiliar o indivíduo a fazer mudanças em seus hábitos alimentares, favorecendo o melhor controle metabólico. A terapia nutricional contribui para a normalização da glicemia, para a diminuição dos fatores de risco cardiovascular, para o fornecimento de calorias suficientes para a obtenção e, ou, manutenção do peso corpóreo saudável, para prevenção contra complicações agudas e crônicas do diabetes e, ainda, para promover a saúde por meio da nutrição adequada.
O plano alimentar
O plano alimentar deverá:
- Visar ao controle metabólico (glicose e lipídeos) e à prevenção de complicações;
- Ser nutricionalmente adequado. Recomenda-se ao indivíduo com diabetes a mesma alimentação saudável e equilibrada, que todo indivíduo deveria seguir;
- Ser individualizado (atender às necessidades de acordo com a idade, o sexo, o estado fisiológico, o estado metabólico, a atividade física, as doenças intercorrentes, os hábitos sócio-culturais, a situação econômica, a disponibilidade de alimentos, e outros).
- Fornecer valor calórico total compatível com a obtenção e, ou, manutenção do peso corpóreo desejável. Para obesos, a dieta deverá ser hipocalórica, com uma redução de 500 a 1.000 kcal diárias, com o objetivo de promover perdas ponderais de 0,5 a 1,0 kg por semana. Devem ser evitadas dietas com valor calórico total inferior à taxa de metabolismo basal do indivíduo (mínimo necessário para sua manutenção) e, apenas em casos especiais e por tempo limitado, podem ser utilizadas dietas com valor calórico total inferior a 1.000 calorias.
Composição do plano alimentar
Os carboidratos deverão representar cerca de 50% a 60% do valor calórico total, da dieta da maioria dos pacientes com diabetes. Considerando que uma porção de carboidratos corresponde, por exemplo, a uma fatia de pão de forma ou meio pão francês ou uma escumadeira rasa de arroz ou macarrão ou uma batata média ou meia concha de feijão, o paciente deverá ingerir seis ou mais porções diárias de alimentos ricos em carboidratos.
As gorduras deverão representar menos que 30% do valor calórico total da dieta. As gorduras saturadas deverão corresponder, no máximo, a 10%. Em termos práticos, isso significa que os alimentos gordurosos, em geral, como carnes gordas, embutidos, laticínios integrais, frituras, gordura de coco, molhos, cremes e doces ricos em gordura e alimentos refogados ou temperados com excesso de óleo ou gordura, deverão ser evitados.
A alimentação deve ser rica em fibras, vitaminas e minerais. Para isso, o que se recomenda é o consumo diário de duas a quatro porções de frutas (sendo pelo menos uma rica em vitamina C) e de três a cinco porções de hortaliças (cruas e cozidas). Recomenda-se, ainda, dar preferência, sempre que possível, aos alimentos integrais.
Rose Pereira de Deus, coordenadora do Curso Alimentação Saudável Para Diabéticos, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, dá uma dica importante: “Não é recomendável o uso habitual de bebidas alcoólicas. Contudo, estas podem ser consumidas moderadamente, desde que acompanhadas de algum alimento, já que o excesso de álcool pode produzir hipoglicemia. A bebida alcoólica deverá ser restringida a pacientes com excesso de triglicerídeos no sangue, obesos ou àqueles com mau controle metabólico.
Por: Paula Tibúrcio
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