Industrialização do coco

 

O coco é matéria-prima de relevância na indústria de muitos produtos como bolachas, doces e iogurte.

 

O aproveitamento industrial do coco e do coqueiro tem excelentes perspectivas de mercado, pois a demanda nacional é bem superior à oferta.

A agroindústria dos produtos do coqueiro no Brasil é caracterizada pela existência de poucas unidades de grande e médio porte, localizadas, na sua maioria, na região Nordeste, onde a cultura do coqueiro está mais difundida e a produção é, de longe, a maior. É constituída, também, por uma agroindústria de pequeno porte, ainda pouco expressiva e incipiente, no entanto, com excelentes perspectivas de desenvolvimento face à demanda nacional ser bem maior do que a oferta.

Os produtos do coco no Brasil, tal como na maior parte do mundo, são matéria prima de relevância na indústria de muitos produtos alimentares, desde fábricas de bolachas, indústrias de doces, iogurtes, sorvetes, etc. e restaurantes industriais até pequenas confeitarias e lanchonetes. Assim, tal como para qualquer outro alimento humano de origem vegetal, estes produtos têm de ser submetidos a cuidados especiais, a começar na fase cultural (em especial nos tratos agrícolas e na colheita), bem como no transporte, armazenamento, processamento e comercialização.

Investir em ciência e tecnologia surge, cada vez mais, como uma ação determinante no sucesso dos produtores brasileiros. Hoje, são necessárias técnicas modernas que reduzam custos aumentando a produtividade, agreguem valores às explorações agrícolas e promovam o desenvolvimento da agroindústria. Quem não se adaptar às exigências do mercado, ficará para trás.

O curso "Industrialização do Coco" produzido pelo Centro de Produções Técnicas - CPT dentro o do convênio CEPLAC/CPT, é a oportunidade de mostrar os múltiplos produtos e usos que o coqueiro oferece, e estimular o interesse e entusiasmo dos espíritos empreendedores pelas várias tecnologias da industrialização do coco que, em geral, são simples e que conduzem a produtos de elevado valor alimentar e com grande potencial econômico. São enfocados os produtos de maior demanda no mercado brasileiro como: coco inteiro; água e polpa de coco verde (congelados); leite de coco, coco ralado e amêndoa de coco maduro.

O coqueiro foi introduzido no Brasil pelos portugueses em 1553, trazido da Índia, e adaptando-se tão bem à faixa litorânea que dá a impressão de ser planta nativa. As pesquisas e a capacidade de empresários agrícolas e industriais levaram a cultura do coqueiro para o interior do Brasil, onde até há bem pouco tempo, se julgava inviável, aumentando assim a capacidade produtiva do país. Hoje, podem-se encontrar coqueirais no interior da região Norte, no interior dos estados da Bahia, São Paulo e Minas Gerais.

Agora é hora da industrialização, não se tem dúvida que a capacidade empreendedora do brasileiro, mais uma vez, se fará presente e as indústrias do coco se multiplicarão e este é o nosso objetivo, de contribuir para esta expansão.

Antes de iniciar a instalação de qualquer agroindústria de produtos do coqueiro, nomeadamente água e polpa de coco verde, procure orientação junta à Delegacia Federal da Agricultura/Serviço de Inspeção Vegetal (DFA/SIV), órgão do Ministério da Agricultura e do Abastecimento e, no caso de leite de coco, coco ralado e doces/cocada, procure orientação junto ao Ministério da Saúde (DIRES de sua cidade). Procure apoio técnico nos órgãos de extensão ou de pesquisas de sua região ou profissionais autônomos qualificados, não se esquecendo nunca de que a qualidade é que definirá a sua permanência no mercado.

 

Raimundo Camelo Mororó
Biólogo, Especialista em Tecnologia de Alimentos
Pesquisador da CEPLAC/CEPEC
Chefe da Seção de Tecnologia e Engenharia Agrícola do CEPEC
Professor da Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC.
Coordenador do curso Industrialização do Coco