Pragas e doenças do coqueiro, identifique-as e elimine-as

Com a introdução da cocoicultura nos estados do Sudeste brasileiro, o produtor deve estar preparado para reconhecer e controlar as pragas e doenças.

Na implantação e condução do coqueiral, além da boa procedência genética e tratos culturais, especial atenção deve ser dada ao manejo fitossanitário, uma vez que pragas e doenças são fatores que influenciam grandemente na produção.

Embora ocorram problemas no viveiro, as maiores limitações, geralmente, aparecem quando os coqueiros atingem a fase adulta no campo. Inspeções sistemáticas devem ser feitas no viveiro e/ou no plantio definitivo, visando detectar os problemas na fase inicial, antes que adquiram caráter epidêmico, o que certamente facilitará em muito a adoção de medidas de controle mais eficazes e econômicas.

Pragas e doenças tem limitado a produtividade dos coqueiros em vários estados do Norte e Nordeste brasileiro. Mais recentemente, com a introdução da cocoicultura nos estados do Sudeste brasileiro, é de esperar-se que problemas fitossanitários surgirão.

Os problemas com pragas e doenças em uma determinada região não podem ser explorados, na sua totalidade, em outra.

Os problemas com pragas e doenças em uma determinada região não podem ser explorados, na sua totalidade, em outra, pois às vezes determinada praga e/ou doença passa despercebida em dada região e, no entanto, pode causar danos de expressão econômica em outro local. Assim, a título de exemplo, podemos citar o Amerrhinus ynca, uma séria praga da raques foliar do coqueiro no sul do estado da Bahia e em alguns estados do Sudeste do Brasil. No entanto, em alguns estados no Nordeste e Norte brasileiro, ou seus danos são insignificantes, ou a praga não existe.

Outro exemplo que pode ser citado é Coraliomela brunea que causa injúria a coqueiros jovens no estado de Sergipe, em outros estados do Brasil seus danos são insignificantes. Já o ácaro Eriophyes guerreronis causa danos seríssimos ao fruto do coqueiro em praticamente todos os estados do Brasil que cultivam coqueiro.

Entretanto, uma das piores pragas da cocoicultura, com distribuição generalizada em todos os estados do Brasil e Continente Americano é o besouro Rhynchophorus palmarum, vetor da doença anel-vermelho. A doença é causada pelo nematóide Bursaphelenchus cocophilus. Entre as várias táticas de combate a esse besouro está o uso de armadilhas com FEROMÔNIO.

O CPT - Centro de Produções Técnicas, e a CEPLAC, por meio de convênio de cooperação técnica, elaboraram um curso de treinamento à distância constituído de livro interativo com filmes que mostram a prática "Controle de Pragas e Doenças do Coqueiro", que apresenta, com riqueza de detalhes, as diversas opções de controle com o uso de FEROMÔNIO, que podem ser usadas no manejo integrado desse besouro, assim como as formas de controle de outras pragas e doenças do coqueiro.

Algumas doenças do coqueiro estão intimamente relacionadas a pragas, as quais atuam como vetores na transmissão. Como consequência, o controle dessas enfermidades depende grandemente do controle dos respectivos insetos-vetores. Assim, além do R. palmarum, já citado, temos o percevejo Lincus lobuliger, vetor da doença murcha-de-Phytomonas, também conhecida como "hartrote" do coqueiro. Essa murcha é o mais sério problema fitossanitário do coqueiro na Bahia. A doença, o inseto vetor e formas de controle, podem ser vista, também, através do filme do CPT. Outra doença que vem dizimando coqueiros jovens em várias partes do Brasil é a podridão seca do olho do coqueiro. Embora ainda não se conheça o patógeno, sabe-se que em alguns países da África a transmissão ocorre através de cigarrinhas.

Doenças em viveiro são importantes porque se não tratadas a tempo, podem reduzir o crescimento das mudas e atrasar a implantação da cultura no campo. Uma enfermidade muito comum tanto em viveiro quanto em mudas jovens no campo, é a Helminthosporiose, tendo como agente causal o Drechslera incurvata.

Todavia, entre as doenças que afetam sobremaneira a produtividade dos coqueiros,  a mais séria é a lixa-pequena do coqueiro. Essa doença ocorre endermicamente desde o Rio de Janeiro até o Pará. Seus danos são mais severos nas plantações mais distantes do litoral. A doença causa o secamento das folhas inferiores, deixando os cachos sem suporte físico e nutricional e prejudicando o amadurecimento normal dos frutos, os quais muitas vezes caem ao solo ainda imaturos.

O complexo de pragas e doenças é muito grande na cocoicultura e, como já foi dito, pode existir ou não em uma dada região. Assim, muito provavelmente, o produtor poderá deparar com uma praga ou doença que não consta no filme. Caso isso venha a ocorrer, o produtor poderá entrar em contato imediato com os coordenadores técnicos do filme.

Pesquisador José Inácio Lacerda Moura
Eng^o Florestal, Mestre em Entomologia,
Chefe da Estação Experimental Lemos Maia da CEPLAC

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As Principais Pragas do Coqueiro

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