
Pesquisa realizada no Vale do Ribeira, no sul do Estado de São Paulo, descobriu que o subproduto da indústria do palmito pupunha pode ser utilizado como alimento rico em proteínas para o gado.
“Isso traz benefícios tanto para o meio ambiente, ao reduzir o descarte desse material, quanto para os pecuaristas, que podem utilizar a casca do palmito, também conhecida como "bainha" na dieta dos bovinos e bubalinos quando há escassez de pasto”, explica José Roberto Moro, professor do Curso CPT Produção de Palmito de Pupunha.
Segundo o pesquisador responsável, José Evandro de Moraes, amostras desse material fresco apresentaram teores de proteína bruta entre 9% e 12%, enquanto a cana-de-açúcar tem menos de 2% e um pasto bem manejado pode atingir de 5% a 6% de proteína.
Atualmente, apenas 30% do tolete de palmito é aproveitado pela indústria, ou seja, de cada tonelada de palmito, 700 quilos são descartados. Com a previsão de crescimento de cerca de 60% no mercado de pupunha nos próximos cinco anos, isso resultaria em um grande problema ambiental devido ao descarte excessivo.
Essa opção de utilizar a casca do palmito como alimento para o gado é especialmente interessante durante as épocas chuvosas, quando há inundações e perdas nas áreas de pastagens, e também durante a seca, quando é necessária uma suplementação alimentar. O estudo concluiu que os animais levam cerca de três dias para se acostumarem com esse novo alimento.
As principais vantagens dessa produção são a precocidade, a não necessidade de replantio, o sabor e a qualidade do palmito, que são bem aceitos no mercado, além da lucratividade e das características sustentáveis, pois o plantio não causa danos às florestas nativas. Até o momento, a indústria não cobra pelo subproduto, e o pecuarista paga apenas pelo frete.
O próximo passo da pesquisa será determinar a quantidade ideal a ser fornecida aos animais. Segundo Moraes, os animais que consumiram a casca do palmito (bainha) à vontade, juntamente com o acesso ao pasto, não apresentaram problemas. Ele também está estudando a possibilidade de produzir silagem com o subproduto, mas isso requer um processo adequado, já que o nível de umidade é alto e precisa ser reduzido de 85% para cerca de 30%.
Em resumo, essa pesquisa revelou uma solução benéfica para o descarte da casaca de palmito. Ao utilizá-lo como alimento para o gado, é possível reduzir o impacto ambiental e fornecer uma fonte rica em proteínas para os animais, especialmente em épocas de escassez de pasto.
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Por Silvana Teixeira.
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