A imensidão dos parreirais nas terras férteis do sertão pernambucano desmistificam duas coisas: a primeira é que no sertão não dá para plantar nada e a segunda é que uva boa só nasce no Sul do país. Os mais de dez mil hectares de terras irrigadas plantadas com uva no Vale do São Francisco é um dos setores mais lucrativos e prósperos do Nordeste, com receita de aproximadamente US$ 10 milhões por ano.
Elas abastecem 6 vinícolas da região, responsáveis por 20% da produção de vinhos finos do Brasil. A safra gerou, em 2011, 6 milhões de litros e este ano são esperados cerca de 7,2 milhões, um aumento de 20% na produção. Os números são bastante animadores e a expectativa da Associação dos Exportadores do Vale do São Francisco é otimista. A previsão deles é de um aumento progressivo até 15 milhões de litros até 2015.
O segredo para se produzir uvas de qualidade no sertão vem do resultado de muitas pesquisas. Por sinal, a pesquisadora Teresinha Costa Albuquerque da Embrapa Semi-Árido reconhece que não existem vinhos com as qualidades do pernambucano em nenhum outro lugar nos trópicos. Segundo ela, o vinho possui características especiais, que o fez ganhar o mercado nacional de vinhos jovens e também torná-lo competitivo no mercado internacional.
A especialista explica que o Vale do São Francisco possui diferentes momentos climáticos que permitem a colheita duas vezes ao ano e a safra com uvas de variedades diversas que geram vinhos com características próprias. Isto faz com que a bebida da região seja muito diferente das de outros lugares do mundo. No entanto, ela destaca a importância de muitos estudos que possibilitaram a superação de algumas barreiras, como o clima seco e o excesso de calor.
A irrigação foi um dos aspectos mais importantes. A abundância de água do São Francisco foi aproveitada, mas somente tecnologias adequadas puderam viabilizar a produção de uva no sertão pernambucano. Doutor em irrigação, Rubens de Oliveira, professor do Curso Irrigação em Frutíferas, desenvolvido pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, destaca que as tecnologias usadas podem transformar lugares áridos em terras altamente produtivas, garantindo qualidade e rentabilidade aos fruticultores.
Por: Maria Clara Corsino.
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