Veterinário: como avaliar a cavidade oral de cães e gatos? Parte 1

A primeira avaliação da cavidade oral do animal acontece já na consulta clínica, quando é levado ao consultório pela primeira vez. É um procedimento que deve ser considerado padrão, portanto de rotina para todos os pacientes, independente da natureza da queixa relatada pelo tutor, explica Fabíola Carolina de Almeida, professora do Curso CPT Odontologia de Cães e Gatos.

A avaliação da cavidade oral permite a identificação de alterações locais e sistêmicas.

Estudos anatômicos.

O exame não deve se ater apenas à cavidade oral, mas englobar também as estruturas adjacentes, isto é, o crânio como um todo.

Sabendo disso, deve-se avaliar:

1) Dificuldade de deslocar os globos oculares para trás ao efetuar uma leve pressão sobre eles ou se esse deslocamento está exacerbado (Exame da pressão retrobulbar).

2) Articulação temporomandibular.

3) Oclusão dos dentes.

4) Simetria do crânio

Avaliação clínica com animal consciente, abordagem e equipamentos.

O que é possível avaliar antes de se aproximar do paciente canino:

• O histórico de vida e de saúde do animal.

• A queixa que motivou a consulta.

• Comportamento natural da espécie.

• Posição da cabeça.

• Escore corporal.

Avaliação física.

A avaliação física deve ser extraoral e intraoral, sendo que esta exige o auxílio de uma lanterna e precisa ser feita rapidamente para evitar estresse do paciente. Avaliar:

a) Externamente

• Simetria do crânio e alterações nos olhos.

• Exame da pressão retrobulbar.

• Ocorrência de sialorreia.

• Alterações no focinho.

• Ocorrência de fístulas oronasais, massas e outras lesões.

• Integridade da articulação temporomandibular percebida por palpação.

b) Internamente

• Integridade e coloração da mucosa gengival; odor.

• Presença de cálculos dentários, falta de dentes e dentes quebrados.

• Presença de massas e outras lesões.

• Integridade da polpa dentária (utilizando a lanterna em caneta).

• Coloração e integridade da face superior e inferior da língua.

• Coloração e integridade dos palatos.

• Coloração e integridade do fundo da garganta.

• Oclusão dos dentes.

Nunca se aproxime do animal abruptamente. Para abrir sua boca, basta colocar uma mão sobre o seu maxilar, apoiando indicador e polegar em cima ou imediatamente atrás do canino, e com a outra mão apoiar o polegar no incisivo inferior, forçando gentilmente a abertura.

Tipos de exame: avaliação extraoral e intraoral.

A avaliação de animais mais novos segue o mesmo procedimento descrito anteriormente, com a diferença que, muito provavelmente, ainda não serão encontrados cálculos dentários.

Ainda mais importante, é essencial realizar o exame da dentição, observando a integridade dos dentes decíduos e permanentes e avaliando se as trocas de dentes estão ocorrendo (ou ocorreram) conforme o esperado. Para isso, o veterinário deve conhecer muito bem o processo de troca dentária da espécie.

Exame da cadela frida.

Mesmo que a queixa inicial já indique um problema de natureza odontológica, as etapas da avaliação do paciente não podem ser puladas:

⇒ Importante sempre começar o exame físico pela parte externa, abrangendo toda a extensão cranial.

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Por: Thiago de Faria