Égua gestante manejada em pastagem precisa ser suplementada durante a gestação, para que o desenvolvimento do feto não seja prejudicado, assim como o resultado da próxima estação de reprodução.
“As éguas em lactação e gestação não conseguem satisfazer suas necessidades nutricionais consumindo apenas alimentos volumosos. Por isso, pelo menos 50% das exigências diárias desta categoria devem ser fornecidas pela ingestão de suplementos concentrados”, afirma Eduardo Villela Villaça Freitas, professor do Curso CPT Alimentaçãoo de Equinos.
É preciso lembrar, porém, que o balanceamento é fundamental, para que não ocorra ganho de peso excessivo ou perda de peso indesejada. É interessante notar que, normalmente, a égua acaba passando por um processo de superalimentação ao final da gestação e de subalimentação no início da lactação. Isso ocorre porque, no final de gestação, apesar de as necessidades energéticas do animal serem moderadas, a égua passa, nesse momento, por um fenômeno conhecido como “anabolismo da gestação”, caracterizado por um aumento no rendimento alimentar, devido às secreções hormonais que favorecem o anabolismo, ou seja, o animal tem sobras energéticas no organismo, mesmo consumindo pouco alimento.
No início da lactação da égua gestante, por sua vez, ocorre aumento das necessidades energéticas, devido à produção leiteira, que não é acompanhado de um aumento da ingestão de alimentos, levando ao emagrecimento. Esse fenômeno também se caracteriza pelo fato de quanto mais gorda estiver a égua ao parto e quanto maior for a produção de leite, mais acentuado será o emagrecimento. Decorre desse processo um déficit energético que acaba causando na égua inatividade ovariana (anestro) e, também, retardamento da fecundação.
Ao longo da gestação, dois momentos merecem atenção na definição da dieta das éguas. Nos primeiros oito meses, as exigências de éguas adultas são levemente superiores às exigências de mantença, pois, nesse período, ocorrem apenas 40% do crescimento fetal. Por outro lado, os demais 60% de proporção do crescimento ocorrem nos últimos três meses de gestação, de forma que as exigências cresçam proporcionalmente.
O crescimento mais acelerado nesse período determina que, na ocorrência de um desbalanceamento da dieta, com deficiência de nutrientes, particularmente energia e proteína, a tendência é que a égua acabe parindo um potro menor e de baixo peso. O crescimento intenso do feto nos três últimos meses, sem que ocorra uma suplementação adequada, também, prejudica a própria matriz, que perde peso, ou seja, tem reduzido seu escore corporal, por conta da nutrição inadequada.
Para que a égua possa recuperar a condição corporal e ter condições de conceber novamente, deverá ganhar de 0,2 a 0,4 kg/dia de peso vivo nos últimos três meses de gestação, ganho este que vai compensar, também, o alto nível de exigências nutricionais do início da lactação. Em termos percentuais, a égua deverá ganhar cerca de 13% de seu peso durante a gestação, sendo que esse ganho será de 10% nessa fase. Esse nível de ganho será alcançado com um incremento da energia na dieta, que deverá ser duas vezes maior que o necessário à mantença.
A suplementação da égua durante a gestação, no entanto, precisa ser cuidadosa. Caso ocorra superalimentação, o animal estará sujeito a problemas, devido ao excesso de gordura da mãe e do feto. Podem ocorrer dificuldades ao nascimento, diversos tipos de complicações associadas ao parto, como retenção de placenta e endometrite, além do nascimento de um potro fragilizado pelo sofrido durante o parto.
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Por Silvana Teixeira.
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