Os marrecos são aves muito rústicas, de fácil manejo e criação. Para se ter uma ideia de sua rusticidade, após o período de cinco a sete dias de vida, os marrecos não necessitam de instalações especiais, sendo necessário, somente, um local coberto para proteção da ração.
Os marrecos crescem e engordam rapidamente, o que torna a sua criação um empreendimento promissor. Eles têm corpo comprido, baixo e largo e de peito cheio. Possuem plumagem branca, os pés e o bico alaranjados, os olhos escuros, a pele amarela e lisa, carne tenra e de ótimo sabor.
No Brasil a criação de marrecos teve seu marco inicial na década de 50, tendo uma predominância ainda hoje, na região Sul, onde ele veio substituir o consumo da carne do pato de Moscow pelo pequeno produtor ou pelo consumidor germânico, principalmente por ele apresentar uma carne muito mais tenra, muito mais deliciosa, de uma coloração mais amarelada e mais clara.
A criação de marrecos pode ser realizada em três fases: fase inicial - que vai do 1o dia até aproximadamente ao 21o dia; fase de crescimento - do 21o até o 40o dia e a fase final ou a fase de engorda - do 40o dia, até o momento do abate. O abate normalmente é feito aos 49-50, quando o animal apresenta em torno de 2,8 kg.
“Uma modalidade de engorda bastante praticada pelos produtores de marreco é através de consórcio, que pode ser feito marreco-arrozeira-peixe, marreco-peixe ou simplesmente marreco-arrozeira”, afirma o professor Fabrício Rossi, do curso Criação de Marrecos, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.
Fase inicial
A fase inicial é caracterizada pelo período do 1o ao 21o dia de vida dos animais. Este período pode ser dividido em duas etapas: a pré-criação, que vai do 1o dia até o 5o ou 7o (1a semana) e o período restante até o 21o dia. Os marrequinhos são muito sensíveis nos primeiros dias de vida, sendo necessária a criação em um local protegido, com fornecimento de calor.
- Instalações
As instalações podem ser as mesmas utilizadas para a criação inicial de frango de corte, mas as mais adequadas são as instalações suspensas, com piso de tela plástica ou chapa perfurada de 15 x 15 mm, facilitando assim o escoamento dos dejetos.
O galpão deve ser limpo e desinfetado antes de serem colocados os marrecos recém-nascidos. Este local deve estar abrigado de influências externas de temperatura. A água deve ser servida em tubos de PVC com orifícios na parte superior e com circulação de água no seu interior.
- Temperatura
A temperatura utilizada neste sistema deve ficar em torno de 32oC no período sendo que esta temperatura é conseguida através do aquecimento principalmente com gás combustível, o que permite uma maior uniformidade da temperatura, sendo que termostatos regulam a intensidade de calor necessário à manutenção de determinada temperatura.
A utilização de energia elétrica para fornecimento de calor apresenta o risco de uma eventual falta de energia, o que pode levar à mortalidade, ou mesmo fraco desenvolvimento pela não manutenção da temperatura adequada.
- Exigências nutricionais
A ração oferecida deverá ser farelada, visto que nestes primeiros dias os marrequinhos não conseguem ainda engolir a ração na forma de “pellet”.
- Segunda etapa da fase inicial (6o ou 7o até 21o dias de vida)
Após o 6o ou 7o dia de vida, os marrequinhos podem ficar em um pátio ao ar livre, onde se habituarão com o clima natural. Com 15 dias de idade podem ser colocados em viveiros de água, mas com profundidades não superiores à sua altura. Nesta fase, não são exigidos cuidados especiais.
A densidade de criação deve ser de:
- do 7o ao 14o dia, 15 a 16 aves/m2
- do 15o ao 21o, 7 a 8 aves/m2.
Fase do crescimento e engorda
Nas fases de crescimento e engorda não há necessidade de instalações adequadas como são necessárias na fase de criação inicial, visto que pela sua rusticidade o marreco não precisa de um abrigo. Apenas há necessidade que a ração oferecida aos animais tenha alguma proteção contra chuva, pois a ração molhada poderia fermentar e se deteriorar, causando problemas para a ave que ingerisse esta ração.
Os comedouros utilizados podem ser simples, de madeira, com o cuidado de que todas as aves possam se alimentar simultaneamente, evitando, assim, a desuniformidade do plantel. Calcula-se a proporção de dois centímetros lineares de comedouro por marreco.
Considera-se, ainda, que o marreco não possui inglúvio e que, portanto, a ingestão de ração em cada vez que acessa o comedouro é pequena, sendo que o mesmo retorna diversas vezes ao comedouro para sua satisfação alimentar diária.
Doenças
Entre as doenças que acometem os marrecos, duas são consideradas de extrema importância:
a) Salmonelose: a ave com Salmonelose apresenta inapetência, febre, fraqueza, diarreia, desequilíbrio, mortalidade, aumento do tamanho do fígado e baço. Apresenta, ainda, alterações no ovário, apresentando óvulos cistícios, descoloridos e disformes.
b) Micotoxicose: a Micotoxicose é um quadro de curso subclínico, onde a indicação da presença da toxina do fungo resume-se apenas num crescimento retardado, perda do apetite, ou apetite reduzido, diminuindo, assim, a ingestão de ração. O fígado está sempre aumentado de tamanho e pode aparecer hemorragias internas.
Abate e comercialização
O abate dos marrecos é bastante simples. Abatendo o marreco em torno de 50 dias, com 2,8 kg de peso, a retirada das penas é mais facilitada. Atualmente, não existe uma grande firma integradora, como ocorre com o frango; portanto, a venda dos marrecos abatidos deve ser feita diretamente aos consumidores e comercializando a produção a restaurantes.
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Por Silvana Teixeira.
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Comentários
Jare Matos
19 de mar. de 2024Muito bom, quero saber mais sobre avicultura em geral. Jare Matos
Resposta do Portal Cursos CPT
20 de mar. de 2024Olá, Jare May Ribeiro Da Silva Matos! Como vai?
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