Com menor teor de gordura, o superleite argentino ajuda na prevenção do câncer, doenças cardíacas e diabetes.
Com altos índices dos ácidos vacênico e linoleico, o novo leite, criado por pesquisadores argentinos, ajuda na prevenção do câncer, doenças cardíacas e diabetes. O teor de gordura é 50% menor que o leite comum. O alimento é ainda menos gorduroso do que o leite desnatado e o enriquecido com ferro.
A Argentina comercializa também seus derivados como queijos e iogurtes. As qualidades do superleite estão relacionadas à alimentação fornecida às vacas produtoras, enriquecida com óleo de soja e de peixe. Apesar de parecer fácil introduzi-los, existe um limite para manipular a ração: a grande quantidade de óleo pode atrapalhar a digestão de fibras.
Em solo brasileiro, a Embrapa, parceira do CPT – Centro de Produções Técnicas e coordenadora dos cursos de Pecuária Leiteira, estuda a produção de alimento semelhante, também baseado na nutrição animal diferenciada. Porém, no Brasil, existe uma norma do Ministério da Agricultura que proíbe o uso da farinha e do óleo de peixe como suplemento animal, devido à sua relação com a doença da vaca louca.
“A gente faz um trabalho similar, mas usando o nosso capim”, compara Marco Antônio Sundfeld, pesquisador de produção animal da Embrapa. Ele explica que a pesquisa consiste em ver o potencial das plantas forrageiras brasileiras para a alimentação das vacas. “O Brasil é um país com vários tipos de plantas forrageiras, e podemos associá-las aos óleos vegetais para conseguir resultados parecidos com os da Argentina”, conta Sundfeld.
Como o país tem fortes estudos sobre oleaginosas para combustíveis, os estudiosos esperam que possa se revelar algum que seja eficiente para a alimentação do gado e produção do superleite. Atualmente, o produto é encontrado em países da Europa, como Espanha e França. Existe até achocolatado na China seguindo a mesma tendência: baixo percentual de gordura e altos índices de ácidos graxos.
Por: Ariádine Morgan
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