
A partir de um quilo de café, é possível extrair 100 mililitros de óleo, o que geraria cerca de 12 mililitros de biodiesel.
O óleo essencial extraído da borra do café é mais uma matéria-prima viável para a produção de biodiesel. O estudo foi realizado pelo Programa de Interunidade de Pós-graduação em Energia da USP - Universidade de São Paulo. Os resultados da pesquisa recomendam a produção em pequenas comunidades, com o objetivo de abastecimento de tratores e máquinas agrícolas.
O trabalho foi apresentado como dissertação de mestrado de Denise Moreira dos Santos. Segundo ela, a produção do biodiesel em escala industrial dependeria de um trabalho de conscientização da população para que a borra do café não fosse desperdiçada. A partir de um quilo de café, é possível extrair 100 mililitros de óleo, o que geraria cerca de 12 mililitros de biodiesel.
“No Brasil, são consumidas aproximadamente 18 milhões de sacas de 60 quilos de café, num total de 1,08 milhão de toneladas, o que irá gerar uma quantidade considerável de resíduo”, indica Denise. A professora afirma que o óleo essencial, responsável pelo aroma do café, já é utilizado, mas sua extração diretamente de grãos de alta qualidade é muito cara. Ela lembra que a borra é usada como fertilizante em algumas fazendas de café, mas seu uso frequente é inadequado, porque o resíduo contem óleos essenciais que podem contaminar o solo.
O processo de obtenção do biodiesel é o mesmo adotado em outras matérias-prima. O professor da UNB - Universidade de Brasília, Dr. Paulo Suarez, explica no curso Produção de Biodiesel na Fazenda, desenvolvido pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, que essa transformação química envolve a reação do óleo vegetal com um álcool na presença de um catalisador.
“O processo mais utilizado é a transesterificação, que é a separação da glicerina do óleo vegetal. Durante o processo, em que ocorre a transformação do óleo em biodiesel, a glicerina, que compõe cerca de 10% da molécula, é removida, reduzindo a viscosidade, e substituída pelo álcool, normalmente o etanol ou metanol”, diz o professor.
A elaboração do combustível a partir do resíduo foi testada em escala laboratorial, com o objetivo de apresentar a possibilidade de aproveitar um resíduo descartado no meio-ambiente para a produção de energia.
Por: Ariádine Morgan
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