
O que consolidou a gordura do boi como uma das principais matérias-primas foi sua viabilidade econômica.
O uso do sebo bovino na produção de biodiesel favorece o Decreto nº 7.404, que regulamenta a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Aumentar a oferta de energia no país com o aproveitamento de biomassa, matéria orgânica de animais e vegetais, é uma das ações previstas no mesmo. No ano de 2010, a gordura bovina correspondeu a cerca de 15% do biocombustível fabricado no Brasil.
O coordenador-geral de Agroenergia do Ministério da Agricultura, Denilson Ferreira, ressalta que “além de ser baseada nos critérios de sustentabilidade, a energia gerada por meio da biomassa pode garantir renda para os agricultores, já que o nosso país tem potencial para produção de energia a partir de resíduos gerados pelas atividades agrícola, pecuária e silvícola”.
Além da produção do combustível, a utilização da matéria orgânica contribui na redução da emissão de gases que provocam o efeito estufa. Outras matérias-primas são o bagaço da cana, correspondendo a 13% da energia gerada; dejetos de suínos e aves, para geração de biogás; e resíduos de origem silvícola e agrícola, como a casca de arroz.
O que consolidou a gordura do boi como uma das principais matérias-primas foi sua viabilidade econômica. O sebo é mais barato do que o óleo de soja. Pesquisas da Universidade Federal do Rio de Janeiro indicam que são retirados 20 quilos de sebo de cada boi abatido. O Brasil é um dos maiores exportadores de carne e detém o maior rebanho de gado de corte do mundo, com cerca de 200 milhões de cabeças.
De acordo com o professor Dr. Paulo Anselmo Ziani Suarez, no curso Produção de Biodiesel na Fazenda, elaborado e desenvolvido pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, “o custo do biodiesel depende do custo da matéria-prima principal. Por isso, o uso de matérias-primas alternativas, são tão vantajosas financeiramente”.
No caso do bagaço da cana, seu aproveitamento foi baseado nos critérios de sustentabilidade e aumento de competitividade do segmento, que pode suprir a necessidade energética das usinas e vender o excedente para empresas de distribuição de energia.
Por: Ariádine Morgan
Este conteúdo pode ser publicado livremente, no todo ou em parte, em qualquer mídia, eletrônica ou impressa, desde que contenha um link remetendo para o site www.cpt.com.br.
Deixe seu comentário
Informamos que a resposta será publicada o mais breve possível, assim que passar pela moderação.
Obrigado pela sua participação.