
Pesquisadores brasileiros estudam meios para gerar um novo tipo de cana. A ideia é que a planta tenha mais fibra e menos sacarose, o que propiciará a produção de etanol celulósico. O desafio biotecnológico ainda não está no campo, mas já é conhecido como “cana-energia”.
O processo consiste na modificação genética da cana-de-açúcar até que se consiga otimizar a sacarose para a produção de biomassa (matéria orgânica vegetal). Os cientistas dizem que será necessário reprogramar a maneira como o vegetal distribui os carboidratos que produz via fotossíntese. Depois de ser sugado da atmosfera e fixado quimicamente na forma de carboidratos, esse carbono, proveniente do CO2, pode seguir dois caminhos: síntese de sacarose ou síntese de celulose.
Pesquisadora do projeto, Glaúcia Souza explica que anteriormente as variedades selecionadas para o cultivo eram aquelas que direcionavam a maior parte do carbono para a síntese de sacarose. Agora, com o etanol celulósico despontando no horizonte, a prioridade é outra. "Antes, quando aparecia uma cana parruda, com muita fibra e pouco açúcar, a gente jogava fora. Hoje, são justamente essas variedades que procuramos", completa a pesquisadora que coordena o Programa de Bioenergia da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.
Para Patrícia Tristão, tutora do Portal de Informações do CPT – Centro de Produções Técnicas, “o importante é lembrar do desequilíbrio ambiental gerado por várias culturas destinadas à produção de biocombustíveis. O prêmio Nobel de Química, em 2007, foi dado ao alemão Paul Crutzen por concluir que a cultura da cana-de-açúcar era, até aquele momento, a única que não agrava o aquecimento global”.
O debate sobre o uso de biocombustíveis está cada vez mais em voga, pois é sabido que os combustíveis fósseis, os mais utilizados, são finitos e as reservas terrestres só tendem a diminuir e terminar.
Por: Ariádine Morgan
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