As estradas são imprescindíveis, tanto dentro como fora das propriedades rurais. Elas interligam cidades, fazendas, áreas de produção e dentre seus vários usos destaca-se o transporte de matérias-primas e de pessoas. Para construção das estradas, faz-se necessária a retirada da cobertura vegetal do solo e sua compactação e, ou impermeabilização. Isso faz com que a infiltração da água no leito da estrada seja nula. A água que não se infiltra é normalmente direcionada para as laterais, onde vão se acumulando e aumentando de velocidade ao longo da pendente. "Assim, as estradas, pavimentadas ou não, sofrem pela ação das águas das chuvas; as não pavimentadas, em especial, são facilmente erodidas e necessitam de constantes trabalhos de manutenção", afirma Caetano Marciano de Souza, professor do Curso a Distância CPT Técnicas Mecânicas de Conservação de Água e Solo.
Sabe-se que a água promove erosão no solo se atingir velocidade erosiva, que será tanto maior quanto maior for o volume de enxurrada. Dessa maneira, a captação estratégica da água, impedindo a formação de grandes massas de água e de velocidade erosiva, é a solução para a conservação das estradas e traz, como benefícios indiretos, a alimentação dos aquíferos subterrâneos.
O comprimento e o declive de rampa são os principais fatores para o aumento da velocidade da enxurrada. Na prática, pode-se assumir que a quadruplicação do comprimento de rampa triplica a perda de solo por unidade de área. Alterar o declive de uma rampa às vezes é difícil; entretanto, parcelar o seu comprimento é fácil e os resultados excelentes. Esse é o princípio básico de um sistema de terraceamento e que também pode ser utilizado para o controle de erosão nas estradas se, associado a isso, a água for direcionada e captada em bacias - as bacias de retenção.
A infiltração é o caminho ideal a ser dado à água da chuva, visto não provocar erosão e abastecer o lençol freático. A água da enxurrada é um desperdício enorme, principalmente se for considerada a grande preocupação atual com o bem água. Nas estradas, onde a infiltração é nula, torna-se cada vez mais importante conseguir seu aproveitamento racional.
Você tem ideia da quantidade de água de chuva que cai sobre as estradas do seu município? Para se ter uma ideia do montante desta água, pode-se considerar um município como Viçosa (MG), que apresenta uma precipitação pluviométrica média anual de 1.260 mm. Se for considerado que o município possui aproximadamente 300 km de estradas com largura de 8 m, verifica-se que existe uma área impermeável de 300.000 x 8 = 2.400.000 m². Nesta área caem, ao ano, 2.400.000 x 1,26 m = 3.024.000 m³ de água, que escoam, provocando vários problemas. Esse volume de água, se armazenado, seria suficiente para abastecer cerca de 48.300 pessoas pelo período de um ano, com um consumo médio diário de 200 L/pessoa/dia.
Os cálculos anteriormente apresentados demonstram a necessidade imperiosa do aproveitamento racional dessa riqueza. Seriam obtidas, ao mesmo tempo, melhor conservação das estradas e preservação das condições ambientais. A tecnologia proposta para obter esses benefícios é simples e baseia-se no cálculo do volume de água a ser captado, considerando-se a área da estrada e a precipitação pluviométrica média anual.
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Por Silvana Teixeira.
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