Como todos sabemos, o lixo é proveniente de domicílios, comércio, edifícios, vias públicas e da indústria. Todos os seres vivos, inclusive os do mundo vegetal, geram e eliminam algum tipo de resíduo, pois sua geração decorre do processo vital e de todas as suas atividades. Não existe órgão, máquina ou aparelho tão perfeito que utilize toda a matéria e energia consumida.
O homem, como todo ser vivo, também gera resíduos de suas atividades vitais. Nossas cidades estão cada vez mais urbanizadas e populosas e a geração de resíduos sólidos, devido à tantas transformações, em crescimento constante.
Em meio a todo esse caos, a toda essa problemática, surgem algumas preocupações tanto quanto a saúde e ao bem estar do homem, quanto à sobrevivência do planeta. Devido a isto, nos dias atuais, os cidadãos estão cada dia mais conscientes de seus direitos de viverem melhor, em ambientes saudáveis, com segurança, dignidade e respeito.
No entanto, esses mesmos cidadãos conscientes dos seus direitos devem ser também conscientes do dever de zelar e manter a limpeza do meio em que vivem. É neste sentido que se faz necessário um correto gerenciamento da área, do saneamento e limpeza urbana.
As cidades estão cada vez mais urbanizadas e populosas e a geração de resíduos sólidos em crescimento constante
“Daí, observa-se que é importante a participação da comunidade no processo de limpeza, desde a conservação da limpeza nos logradouros públicos até o destino final”, afirma a professora Maeli Estrêla Borges, do curso Gerenciamento de Limpeza Urbana, produzido pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.
No meio urbano, durante o processo de limpeza, seja ele qual for, gera-se algumas categorias distintas de resíduos, conforme a classificação a seguir. Observe:
. Os resíduos domiciliares;
· Os resíduos públicos;
· E os resíduos especiais.
Esses últimos têm duas sub-classificações:
· Os resíduos especiais, com grau de risco, que são os resíduos dos serviços de saúde, como o lixo hospitalar, de clínicas, laboratórios e unidades congêneres; e
· Os resíduos da construção civil, que são os entulhos.
A outra classe de resíduos são os industriais, e, dentre estes, têm-se os resíduos perigosos, categoria 1, que são aqueles que têm um grau de risco maior, de flamabilidade, de corrosividade, de reatividade, de toxicidade e, ainda, os resíduos infectantes. E tem-se, ainda, os resíduos industriais, considerados sem grau de risco.
Para os resíduos industriais, compete ao próprio gerador o gerenciamento dos mesmos, quanto ao acondicionamento, a coleta, o transporte, o tratamento e a disposição final.
É importante a participação da comunidade no processo de limpeza, desde a conservação da limpeza nos logradouros públicos até o destino final
Resíduos especiais, são os rejeitos radioativos, restos de medicamentos e resíduos químicos perigosos. Esses resíduos não podem ser coletados pelo poder público a não ser que tenham tratamento prévio de descontaminação. Quanto ao rejeito radioativo, o seu gerenciamento compete exclusivamente à Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Separando, criteriosamente, os resíduos, ainda nos domicílios, separando os que são recicláveis dos que não são recicláveis e a matéria orgânica, o processo de transformação desses componentes em novos produtos, é muito melhor, mais bem feito e mais higiênico.
Se a separação é feita no local do destino final, como acontece com as usinas de reciclagem, a separação é mais difícil, anti-higiênica, e muitos componentes perdem-se dentro do processo de coleta, como o papel, por exemplo.
O papel descartado é um componente do lixo que pode ser reciclado, continuamente, mas, para que isso seja possível, ele não, deve estar excessivamente umedecido, pois, durante o período de estocagem, irá mofar, e não conterá oleosidade e gorduras, dificultando a desagregação das fibras.
Em comunidades muito pequenas, em geral, cada um cuida de manter limpa sua casa e os arredores, coletando os detritos e os resíduos oriundos das múltiplas atividades e eliminado-os, direta e isoladamente.
Com o crescimento da comunidade, verifica-se a necessidade de implantação de um serviço organizado de limpeza das ruas, coleta e transporte dos detritos, sistema de deposição final e disciplina no que se refere a uma área comum.
Em casos extremos, a falta de um sistema organizado ou a inoperância da limpeza urbana da coleta e remoção do lixo chega a trazer problemas sérios para a saúde da população. E é nos grandes centros urbanos que a remoção e o destino final dos resíduos sólidos exige mais a participação efetiva das autoridades municipais, dos munícipes e da indústria, para se conseguir recolhimento, remoção, transporte, tratamento e disposição em condições de promover um alto padrão de qualidade de vida da população.
Separando os resíduos, ainda nos domicílios, o processo de transformação desses componentes em novos produtos, é muito melhor, mais bem feito e mais higiênico.
Daí a necessidade de serem ensinadas nas escolas, e comunicadas às pessoas, em geral, as atitudes a serem tomadas por todos e a sua importância, inclusive, na limitação da geração de lixo.
O gerenciamento da limpeza urbana não é uma tarefa simples e não é dada a improvisos técnicos e administrativos. Em geral depende de aspectos técnicos, administrativos, jurídicos, econômicos, sociais e políticos, envolvidos, obrigando a profissionalização dos funcionários responsáveis pelo serviço, sejam do nível que for.
Assim, o desafio da limpeza urbana não consiste apenas em manter limpas as ruas, as praças e as avenidas, mas, também, em coletar e dar destino adequado ao lixo urbano, cujo volume de produção, cresce mais que a população. Uma rua que é limpa hoje, vai, com certeza, estar suja amanhã, e, aí, o serviço de limpeza do logradouro recomeça.
A limpeza urbana é uma responsabilidade municipal e a execução dos serviços pode ser feita com pessoal e equipamento próprio do órgão público ou terceirizada. Seus problemas fundamentais são de organização, planejamento e de fiscalização, de transporte, de manutenção de frotas e de equipamentos.
O gerenciamento da limpeza urbana e dos resíduos sólidos só tem um resultado eficiente, eficaz, com sucesso, quando se aplica o planejamento de todas as atividades. Isto é, a primeira etapa da fase inicial do processo de limpeza urbana compete ao gerador do lixo, ou ao cidadão, e se compete ao gerador e se este cuida de acondicionar devidamente o lixo para a coleta, vão ser resolvidas satisfatoriamente as etapas subsequentes, como a coleta, o transporte e o destino final.
Da mesma forma, se a limpeza da cidade é feita e se a população, de maneira geral, colabora com a conservação dessa limpeza o efetivo de pessoal trabalhando na limpeza urbana pode ser minimizado com grandes reduções de custos e com eficiência muito boa, porque aí a participação da comunidade está presente.
Então, quando se fala em implantar ou organizar um plano de gerenciamento de limpeza urbana, fala-se, primeiramente, em Planejamento, que é a primeira fase e deve conter basicamente no Projeto Técnico de limpeza urbana:
Com o crescimento da comunidade, verifica-se a necessidade de implantação de um serviço organizado de limpeza das ruas
. Projeto da varrição pública e serviços complementares, da coleta e dos transporte dos resíduos e destino final do lixo;
· Projeto Administrativo, tratando da administração, propriamente dita, com os aspectos organizacionais burocráticos de uma gerência, incluindo-se os relativos a Recursos Humanos;
· Projeto Econômico, isto é, o levantamento dos custos envolvidos na implantação, manutenção e administração do processo de gerenciamento;
· Projeto Legislativo, que vai cuidar da legislação específica, conjunto de normas e atribuições, tanto do poder público quanto dos munícipes;
· Projeto de Educação, isto é, um projeto de educação para a limpeza urbana, visando não só as escolas, mas toda a população, e implantado de forma gradativa e com a participação da população.
· Projeto Avaliativo, para a avaliação do processo como um todo, em suas diferentes etapas, e dos custos dos serviços prestados.
É importante lembrar que todo planejamento precisa estar sempre sendo revisto e atualizado, principalmente no gerenciamento de limpeza urbana, pois uma cidade é um organismo vivo, que está em constante mudança e desenvolvimento, exigindo sempre novos e mais serviços e o aprimoramento de tecnologias e processos.
Daí a necessidade de serem ensinadas nas escolas, e comunicadas às pessoas, em geral, as atitudes a serem tomadas por todos inclusive, na limitação da geração de lixo
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Por Silvana Teixeira
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