Considerando a psicomotricidade como a relação entre o psiquismo e a motricidade, chamaríamos de "psicomotricidade equestre" às relações psíquicas e motoras necessárias ao desenvolvimento das habilidades requeridas pela relação do homem para com o cavalo, sobretudo, aquelas que exigem o contato corporal direto.
“É sabido que a linguagem por meio da qual o cavalo se comunica é a gestual. Assim sendo, os nossos movimentos, quaisquer que sejam, têm algum significado para ele”, afirma Paulo Guilhon, professor do Curso a Distância CPT Doma Racional Interativa.
O comportamento gestual do homem, ao ser interpretado pelo cavalo, resultará em atitudes que traduzem essa interpretação por meio de manifestações afins ou contrárias às ações praticadas. Diante do exposto, fica explícita a necessidade de procedermos, frente ao cavalo, de maneira que ele possa fazer leituras compatíveis com os nossos propósitos. Toda vez que agirmos em desacordo, haverá contrariedades ou negações por parte dele, e suas reações revelarão o desagrado.
Os posicionamentos, os movimentos, a direção e a velocidade que imprimimos serão as referências usadas pelo cavalo para fazer a leitura de nossas intenções. O conhecimento desse código de comunicação, denominado de “Linguagem Equus”, é de crucial importância para quem lida com cavalos. A pergunta que poderíamos fazer a essa altura é: como aprender essa linguagem? A resposta a esta pergunta é: observando nos mínimos detalhes o comportamento equino. Não há melhor laboratório para realizar um experimento dessa natureza, e adquirir o conhecimento pretendido, do que o manejo cotidiano.
Além das questões comunicativas, também é preciso considerar outros aspectos de caráter funcional, operados durante os vários tipos de treinamentos aos quais os cavalos são submetidos. O treinador fará uso de uma série de habilidades que incluem a participação de ações psicomotoras. Desde os exercícios executados do chão (antes de montar), até aqueles empregados na equitação, não há nenhum momento em que seja possível dispensar a integração entre as ações psíquicas e motoras.
O equilíbrio psicomotriz demanda serenidade mental conciliada a expressões corporais harmônicas. Em outras palavras, o homem deve estar tranquilo para que seus movimentos e gestos sejam espontâneos e condizentes com as necessidades momentâneas, e assim facilitar a compreensão do cavalo. Talvez seja oportuno imaginar o contrário para criarmos uma imagem de ilustração comparativa. Basta pensar em um treinador tenso, intranquilo, agressivo, para de imediato visualizarmos a ausência de espontaneidade e a desarmonia de seus gestos e movimentos. Isso, com certeza, afetará negativamente o trabalho.
À medida que a psicomotricidade equestre se desenvolve, com a prática assídua das atividades junto ao cavalo, a comunicação vai sendo facilitada e comprovada através de melhores resultados. É comum ouvirmos dizer que para um cavalo identificar pessoas com experiência equestre basta que elas se aproximem dele. Ora, algo precisa ser detectado pelo cavalo para que ele faça essa identificação. Aquilo que é reconhecido por ele é o modo como a pessoa se comporta, ou seja, seus gestos, sua movimentação, e as intenções reveladas por essas atitudes.
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Por Silvana Teixeira.
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