Para que o manejo de pastagens seja eficiente, são necessários conhecimento, manipulação e alocação corretas dos fatores de produção, solo-clima-planta forrageira-animal
Atualmente, os termos pastejo contínuo e pastejo rotacionado passaram a ser conhecidos também como lotação contínua e lotação rotacionada. No pastejo contínuo, a pastagem é utilizada sem descanso, durante todo o ano, ou durante várias estações, podendo ser com carga fixa ou com carga variável. Já no pastejo rotacionado, a pastagem é subdividida em um número variável de piquetes, que são utilizados um após o outro, podendo também ser com carga fixa ou variável.
“A escolha de um sistema de pastejo é bem mais complexa que simplesmente adotar algumas técnicas de manejo, haja vista que envolve uma série de variáveis interagentes, tais como a planta forrageira, o animal, o clima e o solo”, afirmam os professores Adilson de Paula Almeida Aguiar e Bianca Helena Franco Almeida, do curso Pastejo Rotacionado, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.
Para que o manejo de pastagens seja eficiente, são necessários conhecimento, manipulação e alocação correta dos fatores de produção, solo-clima-forrageira-animal. Dessa forma, será possível obter produtividade e rentabilidade favoráveis dentro de qualquer sistema de produção animal.
Período de ocupação e período de permanência
No pastejo rotacionado, após a ocupação de cada piquete, por um período de tempo variável de alguns dias, quando sua vegetação é desfolhada, total ou parcialmente, o piquete permanece em descanso, sem a presença dos animais, para a recuperação de sua folhagem, completando o ciclo de pastejo.
Além disso, o período de ocupação do pasto deverá depender do ritmo de crescimento das plantas e da estrutura disponível. Quanto menor for o período de ocupação da pastagem, maior será o controle do homem sobre o pasto. Por outro lado, maior será a necessidade de infraestrutura, como cercas, aguadas, saleiros.
Quanto ao período de permanência, este deve ser mais curto, principalmente para animais mais exigentes, pois quanto mais curto, melhor será o desempenho dos animais, já que se evita, assim, maior flutuação no valor nutritivo da forragem entre o início e o final do pastejo. Mesmo porque o valor nutritivo da forragem consumida é maior no primeiro dia de permanência, quando comparado com os dias seguintes.
Período de descanso
Quando a folha não é colhida em um determinado espaço de tempo, ela inevitavelmente senesce e morre. Em muitos capins, cada folha tem um tempo limitado de vida, de tal forma que, à medida que o perfilho continua a crescer em altura, as folhas basais mais velhas vão morrendo progressivamente. Esse acúmulo de material morto tem reflexos negativos sobre o valor nutritivo da forragem disponível e sobre a eficiência com que o ruminante colhe a forragem.
Para se evitar isso, é necessário conhecer o tempo de vida das folhas e planejar os períodos de descanso da pastagem para que a maior parte das folhas tenha chance de ser colhida pelo menos uma vez. Além disso, deve-se levar em consideração as variáveis: genótipo, nível de inserção das folhas e fatores de meio, como luz, temperatura, disponibilidade de água e de nutrientes no solo, estação do ano e intensidade de desfolha, sendo a luz e a temperatura os fatores climáticos determinantes das taxas de aparecimento e alongamento de folhas.
Resíduo pós-pastejo e pressão de pastejo
Pressão de pastejo é um valor relativo que busca expressar a quantidade de forragem disponível para os animais e é dada em Kg de forragem por 100 Kg de peso vivo animal, Já resíduo pós-pastejo representa a quantidade de forragem que fica no pasto após a saída dos animais. Ambos exercem um efeito marcante sobre o desempenho animal, pois deles depende o consumo total de matéria seca e a qualidade da dieta.
Acredita-se que valores em torno de 1.500 a 2.500 Kg/ha de MS de resíduo sejam suficientes para se obter um bom desempenho animal, sem que as perdas de forragem sejam altas. Além disso, a intensidade da pressão de pastejo provoca mudanças na morfologia da planta forrageira, que passa a desenvolver seus perfilhos mais na posição horizontal, colocando as folhas e seus pontos de crescimento em posição mais difícil de serem eliminados pelo pastejo.
Pastejo com dois grupos de animas ou pastejo de “desponte” e de “rapadores”
Esse tipo de pastejo tem sido adotado em fazendas de leite com o lote desponte, este constituído por vacas em lactação. Já o lote rapador é constituído por vacas secas e ou animais de recria; em fazendas de gado de corte com vacas primíparas na frente e multíparas atrás, ou com bois em terminação na frente e animais de recria atrás.
No entanto, os resultados médios da produção do pastejo com dois lotes de animais não têm sido diferentes, quando comparados com resultados obtidos com o pastejo de um único lote, nem no ganho animal, nem no ganho por área, indicando assim que a adoção do pastejo com dois grupos de animais só é justificada quando as exigências entre as categorias animais pastejando a área forem muito diferentes.
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Por Andréa Oliveira
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