Principais perdas nutritivas:
a) Produção de fezes:
Os bovinos produzem diariamente um volume considerável de fezes, que corresponde a uma perda significativa de energia (35%). Essa energia perdida pode ser mensurada calculando o teor de EB presente na quantidade de fezes produzida, o que nos leva ao conceito de energia digestível (ED), explica Pedro Henrique de Araújo Carvalho, professor do Curso CPT Estratégias de Alimentação para Vacas em Pré-parto e Lactação.
A Energia Digestível (ED) é a quantidade de energia do alimento que o animal consome e não é perdida nas fezes. Seu valor é tem um grande papel, pois representa o aproveitamento efetivo do alimento pelo organismo do animal.
b) A produção de urina representa uma pequena perda de energia (3%), pois a urina possui baixo teor de matéria seca.
c) A produção de gases, principalmente metano (CH4), representa em média 6% da energia perdida.
A Energia Bruta (EB) do alimento menos a soma das perdas (fezes, urina e gases) resulta na fração de Energia Metabolizável (EM). No entanto, existem outras perdas relacionadas ao processo digestivo, como a fermentação e absorção do alimento a nível celular, que compõem o Incremento Calórico (IC). A Energia Metabolizável total menos o Incremento Calórico resulta na Energia Líquida (EL).
A EL é o fator verdadeiramente disponível para os animais. Ela é utilizada principalmente por vacas em lactação e deve ser avaliada de forma fracionada, pois cada tipo de energia tem uma eficiência específica de utilização.
Nas vacas adultas em lactação, a Energia Líquida (EL) será utilizada para:
• Energia Líquida de Mantença (ELM);
• Energia Líquida de Lactação (ELL);
• Energia Líquida de Gestação (ELP);
• Energia Líquida para Ganho de Peso (ELG).
O fator K (eficiência de utilização da Energia Metabolizável) é diferente para a mantença e para a lactação, que são os estados mais eficientes de utilização da energia.
Todos os fatores relacionados à partição energética são extremamente importantes, pois um animal só pode ser nutrido de forma adequada e economicamente viável quando a EL for identificada para cada uma das quatro frações necessárias para o animal.
O grande desafio está no fato de que cada animal apresenta suas próprias exigências nutricionais particulares.
Nas propriedades, é impossível determinar com precisão a quantidade diária de fezes, urina ou gases que um animal produz para calcular a energia perdida. Por isso, são usadas tabelas com valores pré-determinados e uma série de fatores que podem aumentar ou diminuir essas produções. Quando esses fatores são identificados, é necessário aplicar fatores de correção.
A maioria das tabelas disponíveis não fraciona a energia para todos os alimentos, e muitos dados nacionais são expressos em NDT. Por isso, é necessário converter as frações de energia para NDT, sendo a Energia Digestível (ED) a melhor opção para isso. Convenciona-se que 4,4 Mcal equivalem a 1kg de NDT.
Essas informações mostram que os animais perdem energia principalmente através das fezes, urina e gases. Compreender como isso acontece é importante para criar dietas adequadas, que forneçam a energia necessária para os animais se manterem saudáveis e produtivos.
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Por: Thiago de Faria
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