Para se obter máxima eficiência na reprodução, é preciso obter touros geneticamente superiores e férteis
Muitas mudanças ocorreram na pecuária brasileira nos últimos anos. Isso possibilitou um aumento na demanda por bovinos geneticamente superiores. Daí a necessidade de o pecuarista ter conhecimentos mais consistentes sobre a avaliação de animais na hora da compra. Além disso, os programas de melhoramento genético e as práticas de seleção se espalharam por inúmeras propriedades, fazendo com que o manejador saiba como avaliar visualmente o animal.
No mercado de gado de corte, em posição de destaque temos “o rebanho de leite, produzindo e comercializando sêmen, embriões e animais vivos. Já em posição de menor destaque está o rebanho multiplicador, produzindo touros para os rebanhos comerciais, a partir da genética dos rebanhos de elite”, afirmam os professores Luiz Antônio Josahkian e Carlos Henrique Cavallari Machado, do curso Como Avaliar Bovinos de Corte para Compra e Seleção, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.
Para se obter máxima eficiência na reprodução, é preciso obter touros geneticamente superiores e férteis, que possam fazer a monta sem problemas, cobrindo o maior número de vacas e transmitindo a seus filhos alta adaptação à criação na pastagem. No entanto, essa capacidade deve ser avaliada por meio de alguns métodos, como o exame andrológico e o teste da progênie.
Exame andrológico
Por meio desse exame, todo aparelho reprodutivo do boi é examinado em detalhes, com diagnóstico de problemas nos órgãos genitais internos e externos, verificando-se ainda a presença de defeitos físicos ou ferimentos. Da mesma forma, o sêmen coletado é avaliado, quanto ao seu volume, aspecto, cor, motilidade e concentração de espermatozoides, entre outros.
Exame andrológico externo
Pênis: Deve-se verificar desvios do pênis durante a monta, bem como a presença de tumores e feridas, quando os touros evitam cobrir as fêmeas em cio. Já nos animais novos, deve-se examinar o desenvolvimento normal do pênis. Qualquer lesão no pênis pode dificultar a capacidade de monta.
Prepúcio: Por meio da palpação, verifica-se a abertura do orifício prepucial, a mucosa livre ou a presença de aderências, fibrose, ferimentos, inflamações e vísceras, que podem danificar a saída do pênis e dar origem à fimose. Bovinos com o prepúcio com até 40 cm devem ser descartados, pois esta característica favorece o aparecimento de lesões traumáticas, inflamações e machucados, entre outros.
Escroto e testículos: O escroto deve ser observado quanto à simetria, conformação, mobilidade das várias camadas e alterações patológicas como hérnia, coloração, pigmentação, dermatites e presença de parasitos. Já os testículos, estes são avaliados quanto à posição, simetria, mobilidade dentro do escroto, consistência, forma e tamanho. Qualquer alteração no tamanho testicular, como hipoplasia, elimina o animal da reprodução por distúrbios testiculares.
Epidídimo: Epidídimo é um pequeno ducto que coleta e armazena os espermatozoides produzidos pelo testículo. Por meio da palpação, verifica-se as alterações de tamanho, simetria, forma, mobilidade e consistência, que refletem condições patológicas ou anormais do órgão. Podem ocorrer hipoplasia (subdesenvolvimento do órgão ou tecido) ou aplasia (desenvolvimento incompleto ou imperfeito) e estas são alterações testiculares prejudiciais ao processo de reprodução do animal.
Biometria escrotal: A medida escrotal é realizada com fita métrica, no diâmetro mais largo do testículo, apoiando-o com a mão, porém sem pressioná-lo. Quando as medidas escrotais estiverem abaixo dos limites apresentados por raça e idade, devem ter um prognóstico “com reservas ou insatisfatório” para reprodução.
Consistência: A consistência testicular pode refletir as condições patológicas do testículo ou sua funcionalidade, pela produção espermática, tanto em quantidade como em qualidade. Como o epidídimo reflete a produção e o armazenamento espermático, deve-se fazer a palpação deste órgão para verificar sua consistência. Da mesma forma, isso deve ser feito com os testículos, verificando sua firmeza e elasticidade. A consistência normal é firme e elástica.
Cordão espermático: Essa estrutura é formada pelo ducto deferente e seus tecidos, que o circulam e que correm desde o abdômen até os testículos. Ela deve ser palpável, devendo-se verificar a espessura, a consistência, a mobilidade e, se possível, deve ser feito o diagnóstico de hérnias, hematomas e abscessos.
Exame andrológico interno
Por meio da palpação retal, são examinadas as glândulas vesiculares; as ampolas do ducto deferente (vaso que conduz os espermatozoides a partir do epidídimo); a próstata (produz e guarda um dos fluidos que compõem o sêmen); e a glândula bulbo-uretal (abaixo da próstata, que secreta o fluido pré-ejaculatório). Nestas estruturas, é produzido o plasma seminal, que atua como veículo para conduzir os espermatozoides do trato reprodutivo masculino para o feminino.
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Por Andréa Oliveira
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