Criação de frango e galinha caipira

O termo galinha caipira teve sua origem a partir do século passado quando, no período do descobrimento, aos poucos, foram sendo introduzidas diversas raças de aves no Brasil

Quem nunca ouviu frases como: Moço, tem ovo caipira? ou ainda, Hoje quero almoçar um frango com quiabo. Expressões como estas são muito comuns principalmente estando no Estado de Minas Gerais. Também é muito comum encontrarmos pratos variados em cardápios, dos mais diversos restaurantes, cujo produto principal seja a galinha caipira.

O termo galinha caipira teve sua origem a partir do século passado quando, no período do descobrimento, aos poucos, foram sendo introduzidas diversas raças de aves no Brasil. Naturalmente, com a mistura dessas raças, surgiu uma nova linhagem, batizada de caipira.

A criação de frango e galinha caipira foi considerada, por muito tempo, apenas como uma atividade de subsistência, por proporcionar fontes alternativas de proteínas na alimentação familiar e de renda no orçamento doméstico.

Passado algum tempo, já no final da segunda guerra mundial, o país entrou num processo de incorporação de tecnologias modernas nas áreas de nutrição, manejo, sanidade e principalmente genética. A carne de frango, então, passou a ser considerada como uma grande fonte de proteína animal e de baixo custo para a população. Percebeu-se, então, a viabilidade de se investir na criação dessas aves.

No entanto, a viabilidade de produção não era apenas o único fator que propiciava essa nova prática no mercado. A exigência por textura, coloração e sabor natural por parte do consumidor, cada vez mais exigente, também impulsionou os pequenos e médios produtores a se voltarem para esta atividade de produção de alimentos alternativos ou seja, a criação da galinha caipira.

“Engana-se quem avalia a criação de frango e de galinha caipira como uma atividade condenada ao prejuízo”, afirma o Professor Luiz Fernando Teixeira Albino, do curso Criação de Frango e Galinha Caipira, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.

Se bem planejada e administrada, e com a utilização do manejo correto, a produção de carne e de ovos caipiras pode alcançar excelente lucratividade. A condição básica de uma galinha caipira, tanto para a produção de corte como de ovos, é que a ave se adapte à criação em piso e apresente pele amarela e plumagem colorida.

Para se trabalhar com galinha caipira, pode-se optar por dois tipos básicos de produção: a produção de carne e a produção de ovos. Mas também, pode-se comercializar pintos de um dia ou frangas em início de postura. Pode-se ainda trabalhar com uma combinação destas alternativas. O importante é que a ave se adapte bem às condições da região na qual será criada, e haja mercado para escoar a produção. Caso contrário, o negócio não irá para a frente e o prejuízo, dependendo do investimento, poderá ser grande.

Raças Mais Indicadas

As raças puras, americanas e as de linhagens caipiras melhoradas, são as mais indicadas para aquele que pretende investir na criação de frangos e galinhas caipiras. Pode-se utilizar, também, aves de linhagem industrial, porém, deve-se lembrar que a galinha de linhagem industrial de pele e plumagem branca não tem mercado.

Há uma boa oferta de linhagens comerciais de galinhas caipiras no mercado brasileiro. São diversas as aves que podem ser produzidas no sistema caipira. Dentre elas, as mais indicadas e suas características são:

Raças americanas

Embora apresentem menores índices de produtividade em relação às marcas comerciais, estas raças podem se reproduzir, o que permite, ao avicultor, obter várias gerações de aves sem perdas significativas de produtividade.

Linhagens comerciais

As linhagens comerciais caipiras são todas híbridos duplos e não devem ser utilizadas para reprodução com o objetivo de renovação do plantel.

Galinha caipira negra

Destinada exclusivamente para postura, esta ave tem como principal característica a resistência à doenças e adversidades do manejo a campo.

Frango caipira de pescoço pelado

sua aptidão é para corte e está muito bem adaptada ao manejo a campo. Tanto os machos quanto as fêmeas apresentam o pescoço pelado como características. Os pintinhos de um dia já saem da granja vacinados contra as doenças de Marek, de Bouba aviária e de Gumboro.

Frango Paraíso Pedrês

É uma ave de rápido ganho de peso, com boa rusticidade, de plumagem mista, adaptada às condições do regime semi-intensivo. É também competitiva com o frango branco, quando confinada, sobretudo pelo preço de venda que vem obtendo no comércio. Os pintinhos de um dia já vêm vacinados contra as doenças de Marek e de Bouba Aviária.

Equipamentos

O tipo e a quantidade de equipamentos necessários dependerá da dimensão da granja, do sistema de criação e do número de aves

O tipo e a quantidade de equipamentos necessários dependerá da dimensão da granja, do sistema de criação e do número de aves. Muitas vezes, o criador desenvolve seus próprios equipamentos, barateando os custos de implantação.

Os equipamentos básicos para a atividade avícola, seja ela industrial ou sistema caipira, são os comedouros, bebedouros, campânulas, termômetros, ventiladores, bandejas de alimentação, círculos de proteção, balança e cortinas. Outros equipamentos podem ser necessários, dependendo de diversos fatores.

Campânulas
É um equipamento extremamente essencial para o aquecimento artificial das aves, principalmente nos primeiros dias de vida.

Bebedouros
Nos primeiros dias de vida são utilizados os bebedouros iniciais ou de pressão, que são utilizados no círculo de proteção e são substituídos gradualmente pelos bebedouros definitivos ou pendulares, que geralmente são de cor vermelha.

Comedouros
Durante os primeiros dias de vida da criação são utilizados os comedouros iniciais tipo bandeja, dentro do círculo de proteção, e posteriormente os comedouros definitivos que podem ser tubulares ou na forma de calha.

Alimentadores
Os alimentadores são outro tipo de comedouro. Sua característica principal é a de servir como local para o fornecimento de alimentação volumosa, que pode ser desde forragem, restos de hortaliças, verduras etc.

Cama
Deve ter a capacidade de absorver umidade, estar livre de fungos e substâncias tóxicas, ser macia e compressível; ser aproveitável como subproduto (adubo, alimentação de outros animais etc.) e ser de baixo custo e fácil aquisição. A cama tem como objetivo principal servir de leito aos animais. Ela merece atenção especial, pois interfere nas condições sanitárias e no bom desempenho do lote. Deve possuir boa capacidade de absorção e liberação de umidade, ter baixa condutividade térmica, além de fornecer conforto aos animais. Deve ser colocada no galpão, cobrindo todo o chão, de maneira uniforme e com altura entre 5,0 a 10 cm.

Ventiladores
São equipamentos utilizados somente em sistemas de criação intensivo principalmente em densidades mais altas de alojamento. Auxiliam na remoção da umidade e poeira, além de facilitar a renovação de ar no interior da construção. São necessários, principalmente em regiões de clima quente e úmido.

Confira mais informações, acessando os cursos da área Avicultura.

Por Silvana Teixeira

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