“A calagem corrige a acidez do solo, faz com que as plantas aproveitem melhor os nutrientes e promove o aumento da capacidade de troca catiônica. Sem falar que essa técnica neutraliza o alumínio (elemento altamente tóxico para as plantas)”, explicam Godofredo César Vitti e Jorge de Castro Kiehl, professores do Curso CPT Análise de Solo e Recomendação de Calagem e Adubação.
Como a maior parte dos solos brasileiros são ácidos e apresentam boa quantidade de alumínio, torna-se indispensável fazer a calagem para tornar viável a produção agrícola.
Passos para fazer a calagem do solo
O primeiro passo é coletar amostras do solo em duas etapas. A primeira deve ser feita após a colheita de verão; já a segunda, após o fim das chuvas (culturas perenes) ou antes do preparo do solo (culturas anuais). O próximo passo é definir o tipo e a dose de calcário. Em seguida, é preciso definir os custos da seguinte forma: dividir o custo total do calcário pelo poder relativo neutralizante total do calcário e multiplicar o resultado por 100.
Deve-se realizar a calagem, três meses antes do plantio, com distribuição do calcário a lanço, incorporado ao solo, até 17 a 20 centímetros de profundidade, de modo uniforme. No sistema de plantio direto, o calcário deve ser aplicado na superfície sem incorporação, diferentemente do cultivo convencional, no qual a aplicação é incorporada e acompanhada de aração e gradagem.
Tipos de calcário para calagem do solo
A calagem do solo pode ser realizada com diversos tipos de calcário. O calcário da rocha calcária, dividido em: calcário filler -> apresenta granulometria fina (próprio para plantio direto); calcário magnesiano -> apresenta teor de MgCO3 entre 10 e 25%; calcário dolomítico -> apresenta teor de MgCO3 acima de 25% e teor de cálcio menor; e calcário calcítico -> apresenta teor de MgCO3 abaixo de 10% e teor de cálcio maior.
Além do calcário da rocha calcária, temos a cal virgem, proveniente da queima ou calcinação total do calcário. Como apresenta ação imediata, a cal virgem deve ser aplicada antes do plantio; caso contrário, pode causar prejuízos nos microrganismos, nas sementes e nas plântulas, pois gera calor.
Não podemos nos esquecer da cal hidratada (ou extinta), também de ação imediata, originada da hidratação da cal virgem. Trata-se de um tipo de calcário muito fino e, por isso, não é recomendado para aplicação a lanço se houver vento.
Há também o calcário calcinado, igualmente fino, intermediário à cal virgem e ao calcário, proveniente da calcinação parcial ou total do calcário. Ele pode ser dividido em: dolomítico, calcítico e magnesiano.
Outro tipo de calcário é a escória básica de siderurgia, subproduto da indústria do aço e do ferro. Além do alto teor de cálcio, magnésio e silício, a escória siderúrgica apresenta ferro, fósforo, enxofre, manganês, zinco, entre outros minerais com menor teor.
Por fim, temos o carbonato de cálcio, originado da moagem de sambaquis (formações constituídas, essencialmente, de conchas de moluscos, formadas por milhares de anos), corais (animais marinhos primitivos) e carbonato de cálcio. Sua ação no solo lembra à do calcário da rocha calcária.
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Fonte: Blog Aegro
Por Andréa Oliveira
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