Fatores como idade adequada, boa condição nutricional, presença de fotoperíodo longo (16 h/dia) e temperaturas mais quentes são essenciais para que a égua entre no cio. Essas condições estão inter-relacionadas, pois é exatamente quando os dias se tornam mais longos e a temperatura aumenta que a pastagem se torna mais exuberante, melhorando o escore nutricional dos animais que tiverem acesso a ela.
O índice de produção de uma cabra leiteira é determinado pela raça e idade do animal, bem como pelo manejo nutricional do caprino. Devem ser ingeridos alimentos energéticos e proteicos, além de alimentos que são fontes de vitamina e minerais indispensáveis à boa saúde da cabra produtora de leite. Assim como todo ruminante, a cabra leiteira deve receber uma dieta rica em vitaminas A, D, E e K.
O leite de cabra apresenta aroma característico e sabor mais adocicado em comparação ao leite de vaca. Em contrapartida, quando originado de cabras pouco produtivas, cabras alimentadas com forrageiras de odor acentuado ou cabras lactantes criadas com reprodutores, o flavor (aroma e sabor) do leite de cabra sofre alterações.
Para obter um intervalo entre os partos de 12 meses, e alcançar maior eficiência produtiva, é preciso que a vaca leiteira emprenhe até 90 dias após a parição, apesar de no Brasil este tempo médio ser de 18 meses. Não detectar o cio de vacas a tempo em propriedades leiteiras é uma falha que custa caro à produção, já que a inseminação é atrasada, aumentando o intervalo entre partos, reduzindo a produtividade leiteira e o número de bezerras nascidas. Mas, os prejuízos não param por aí. Quando não se percebe o cio, o produtor tem seus gastos elevados, pois tem de custear a manutenção de vacas improdutivas.
A criação de cabras leiteiras é uma excelente alternativa para todas as propriedades rurais, especialmente as que estão próximas a centros consumidores. O leite para consumo ‘in natura’ tem um mercado crescente, assim como os queijos finos produzidos com leite de cabra. Por tais motivos, criar cabras é um negócio promissor e rentável.
Os avanços no melhoramento genético, na nutrição e na biosseguridade do rebanho caprino tornaram o leite de cabra um produto com alto valor agregado. Além disso, o desempenho produtivo da cabra é incomparável ao de outros rebanhos, como o bovino ou o bubalino. Tudo graças à fácil adaptação dos caprinos às condições climáticas e à rusticidade característica desses incríveis animais.
Problemas com vermes ocorrem com mais frequência em rebanhos leiteiros e afetam principalmente animais jovens, durante sua primeira estação no pasto. A imunidade aos nematoides gastrintestinais é adquirida de forma lenta e, normalmente, requer duas estações de pastejo antes que um nível considerável seja alcançado. “As cabras particularmente são animais extremamente susceptíveis aos malefícios dos parasitas intestinais”, afirma Maria do Carmo Arenales, professora do Curso a Distância CPT Sistema Orgânico de Criação de Cabras, em Livro+DVD e Curso Online.
Quando as glândulas mamárias da cabra inflamam, as principais causas são agentes infecciosos ou microrganismos patogênicos. Como exemplos, temos as bactérias Staphylococcus aureus e Streptococcus agalactiae, além dos coliformes fecais. A prevenção é o melhor método de controle para impedir a mamite em cabras leiteiras.
O leite de cabra é um líquido branco, puro, de odor e sabor especiais e agradáveis. Não possui nenhum cheiro típico ou desagradável, mas se apresentar odor é devido às más condições de higiene. O mau cheiro, denominado hírcino, é transmitido pelo bode quando está perto das cabras em lactação, impregnando-as, além de transmiti-lo diretamente ao leite.
O melhor caminho para se formar um rebanho inicial de cabras é definir com clareza os objetivos do criatório e adquirir as raças junto a criadores idôneos, com tradição na atividade. Os animais devem ser sadios, com aparelhos reprodutivos e produtivos em perfeito estado, vacinados e vermifugados e possuidores de uma ficha com informações zootécnicas rotineiras.