Alimentação de frangos de corte e aves de postura na criação orgânica

O avicultor que objetiva alcançar sucesso na criação orgânica de frangos, precisa estar atento ao tipo de alimentação fornecida às aves. Esse é um aspecto fundamental para a manutenção da saúde delas e consequentemente para a obtenção de produtos de alta qualidade. Para isso, há detalhes que não podem ser deixados de lado nesse processo e, para executá-los corretamente, o produtor deve buscar conhecimentos.

Se houver déficit na parcela alimentar destinada à manutenção, a produção será prejudicada

Antes de mais nada, o avicultor precisa entender três aspectos referentes ao seu papel na produção orgânica de frangos. Ele terá de ser agricultor, criador e administrador, em outras palavras, "plantar a alimentação dos frangos dentro das normas estabelecidas; cuidar, zelar, observar e até se envolver amistosamente com eles, como seres a serem protegidos e fundamentalmente administrar a economia desta propriedade", explica a médica veterinária Maria do Carmo Arenales e professora do curso Criação Orgânica de Frangos de Corte e Aves de Postura, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.

Sendo assim, para uma correta administração dos alimentos das aves de postura e dos frangos de corte, é necessário conhecer as formas de utlização dos alimentos por eles, e considerá-las na hora de tomar as decisões quanto à seleção e distribuição dos alimentos. São três utilizações, uma é direcionada à manutenção do organismo, outra vai para a produção e uma parte final transforma-se em fezes, que no sistema orgânico é aproveitada como adubo do solo onde está a plantação.

De acordo com a professora do curso CPT, são esses três coeficientes que embasam os estudos referentes à alimentação das aves de postura e frangos de corte. Sobre isso, é importante salientar que "somente depois de atendidas as exigências alimentícias para a manutenção que consome cerca de 50% da ração é que o frango transforma o restante em produtos de utilidade, carne e ovos, entre outros", acrescenta.

Ela também enfatiza que, se houver déficit na parte alimentar destinada à manutenção, a produção será prejudicada, ou seja, reduzida ou suspensa. Isso acontece porque, nesse caso, o organismo precisará usar suas reservas. Dessa forma, é importante que, para a produção, as aves sempre recebam uma quantidade excedente de alimentos.

O curso lista uma série de recomendações. No que diz respeito às condições nutricionais para a manutenção e para a produção estão:

Calor – ajuda a manter a temperatura normal do corpo. O calor é produzido pelas oxidações que se realizam no organismo, podendo ser fornecido pelos alimentos ainda no aparelho digestivo ou pelos elementos nutritivos dos músculos e outros tecidos. No trabalho interno do corpo, toda energia empregada é transformada em calor que, devido às chamadas “regulação física” e “regulação química”, mantém o organismo em uma temperatura constante, sob as mais variadas condições ambientais. Na avicultura, a produção de calor deve ser criteriosamente observada, pois nos primeiros dias essa produção é insuficiente, e os pintos de um dia podem morrer de frio, se o calor não for complementado por aquecedores.

Energia – empregada para realizar várias funções vitais. Toda ração de manutenção e produção deve fornecer uma certa quantidade de energia para manter as necessidades do organismo quando está em repouso.

Proteína – fundamental para reparar as perdas dos tecidos. Uma alimentação de hidratos de carbono pode satisfazer as necessidades do corpo em calor e energia. Entretanto, para evitar a miséria orgânica que tal alimentação possa produzir, há necessidade de fornecer proteínas para reparar as perdas e desgastes dos tecidos protéicos do organismo. Quando há deficiência de proteínas, observam-se transtornos que afetam o crescimento, perturbações intestinais, entre outros. Recentes investigações demonstram que as demandas de proteína do organismo são proporcionais à superfície do corpo. As proteínas para as aves devem ser de origem vegetal.

Sais minerais – para substituição das contínuas perdas do organismo, os minerais, notadamente, o cálcio e o fósforo, são de grande importância na economia animal. O fornecimento de minerais nas rações é, portanto, uma necessidade, pois os mesmos são encontrados em todas as partes do corpo. A falta de cálcio e fósforo acarreta transtornos sérios, concorrendo para o raquitismo, osteomalácia, entre outras doenças. Este fornecimento deve ser de fontes permitidas por sua credenciadora. Consulte as normas.


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Por Luci Silva