Educação a distância contribui para a alfabetização de jovens e adultos

No Brasil, os índices de analfabetismo entre adultos são elevados. Um relatório divulgado pela UNESCO, no início de 2014, revela que o Brasil é o 8º país, de um total de 150, com o maior número de analfabetos adultos (com idade acima de 15 anos). Esse quadro revela um desafio na educação brasileira: desenvolver políticas públicas para que jovens e adultos avancem na escolarização. E a educação a distância pode ser uma aliada nesse processo, principalmente quando falamos da adesão a programas como o EJA (Educação de Jovens e Adultos).

Segundo o diretor do Instituto Monitor, escola pioneira em EaD no Brasil, Eduardo Alves, a regulamentação da educação a distância varia de estado para estado, conforme as decisões dos Conselhos Estaduais de Educação, que seguem a Lei de Diretrizes e Bases (LDB). “Em São Paulo, até pouco tempo, o Monitor, por exemplo, só poderia ofertar cursos preparatórios para quem iria tirar a certificação do EJA. Cerca de quatro meses atrás, as escolas privadas foram autorizadas a oferecer, novamente, os cursos do EJA, já que o estado não supre a demanda”, explica o diretor.

De acordo com Alves,  as escolas que oferecem educação a distância colaboram para a alfabetização desse público em especial. “A EaD é um incentivo, pois ela permite um ensino mais individualizado, que respeita as necessidades de cada aluno em diferentes aspectos, como tempo, local de estudo e ritmo de aprendizado”, afirma o diretor.

A educação a distância também pode ser um atrativo, especialmente para aqueles que acham que não se enquadram mais no ensino tradicional, dentro de uma sala de aula, ou que se sentem intimidados em estudar (com uma idade mais avançada, por exemplo) na companhia de outros alunos. “Não é só a oferta de cursos que garante o retorno da pessoa aos estudos, novas metodologias de ensino podem ser um estímulo para esse estudante. Além de alfabetizá-lo, a EaD possibilita que ele passe a dominar as ferramentas tecnológicas e seja inserido no mundo digital também”, defende o diretor do Instituto Monitor.

As questões geográficas, devido às dimensões do território brasileiro, também são favorecidas pela EaD. “Em algumas localidades, como no estado de Minas Gerais, não há uma legislação que regulamente a educação a distância. Então, as escolas ficam limitadas nessa região. Existe um empenho em criar uma legislação nacional que regulamente o setor, mas nada concreto ainda”, contemporiza Alves.

Na opinião do executivo, com o apoio da EaD, os cursos direcionados para jovens e adultos poderiam ser ampliados. “A inclusão social é uma necessidade do Brasil e a educação a distância é essencial neste processo. No caso do EJA, por exemplo, escolas como o Instituto Monitor estão aptas a oferecer cursos de qualidade, com materiais didáticos desenvolvidos para que o aluno seja capaz de estudar sem a presença constante de um professor ou tutor, no tempo que ele precisar para finalizar o curso e com um custo reduzido se comparado às escolas tradicionais”, destaca o diretor.

Alves ainda destaca que escolas voltadas à EaD também estar preparadas para disponibilizar uma infraestrutura presencial, com bibliotecas e laboratórios, pois nem sempre a tecnologia é capaz de superar o “olho no olho”. “Com o tempo, a educação a distância será essencial no processo de escolarização em diversos níveis de ensino, como educação básica, profissionalizante e superior, e, nesse sentido, cada vez mais, as instituições deverão apresentar o suporte necessário para o adequado desenvolvimento dos estudantes”, afirma. “A partir disso, uma legislação mais abrangente também será imprescindível para definir pontos como número mínimo de aulas presenciais para determinados cursos,  qualidade do material didático, treinamento de professores e tutores, dentre outros, além da divulgação de rankings periódicos que possam elencar as melhores escolas do segmento”, finaliza.

Fonte: Eduardo Alves/Instituto Monitor.