A grande diversidade das espécies apresenta diferentes hábitos alimentares, exibindo características morfo-fisiológicas que ensejam a sua adaptação evolutiva aos diversos habitats. Assim, nos onívoros existem adaptações estruturais para a captura, ingestão e digestão dos alimentos.
Essas adaptações são caracterizadas principalmente pela morfologia do canal alimentar e também pela produção de enzimas digestivas que estão relacionadas diretamente com os hábitos alimentares de cada espécie.
- boca e cavidade bucal: a boca está geralmente situada na extremidade anterior dos peixes, abaixo das narinas e paralela ao seu eixo longitudinal, adaptada para apreender o alimento. Em espécies que ingerem os alimentos do fundo, a boca é frequentemente localizada ventralmente, como nos cascudos, por exemplo, ou apresentam adaptações nos lábios para facilitar a apreensão dos alimentos.
Quando os alimentos são retirados na parte superior da coluna d'água, a boca se localiza na extremidade anterior do corpo. O tamanho da boca parece relacionar-se à dimensão da partícula. Pelo comprimento de suas mandíbulas, os carnívoros apresentam os maiores valores.
Os peixes têm vários tipos de dentes. Os carnívoros geralmente apresentam mandíbulas bem desenvolvidas providas de dentes bem afiados. Já os herbívoros apresentam pequenos dentes esofagianos capazes de triturar material fibroso. Os onívoros, com tendência a frugívoros, possuem grandes e fortes dentes mandibulares para quebrar e triturar sementes e frutos. Há ainda aqueles que não apresentam dentes, mas estruturas especiais nos lábios e arcos branquiais capazes de sugar e filtrar pequenas partículas do fundo, da superfície e da coluna da água, como é o caso dos iliófagos e planctófagos.
- estômago: da boca, o alimento passa para a faringe e então para o esôfago. Nas espécies predadoras, o esôfago é capaz de grande distensão para facilitar a passagem da presa para o estômago.
Neste, também se encontram várias adaptações, uma das quais é a forma. Nos carnívoros e ictiófagos, o estômago é tipicamente muito alongado, com grande capacidade de distensão. Algumas espécies conseguem regurgitar grandes itens alimentares, quando ainda no estômago, com muita facilidade, o que é possível pelo pronunciado desenvolvimento de músculos estriados na parede do esôfago que se estendem até o estômago. As espécies herbívoras apresentam o estômago quase sempre pequeno e, em alguns, ausentes, como é o caso dos ciprinídeos. Nos onívoros, apresenta-se em forma de saco, lembrando o do homem.
- intestino: é onde efetivamente ocorre o processo digestivo. Apresenta muitas variações quanto ao tamanho e a forma. Nos carnívoros normalmente são pequenos, enquanto nos herbívoros são de maior tamanho, podendo chegar a ser de 2,5 a 5,0 vezes o comprimento do corpo. Ainda no intestino, e preso ao mesmo, podem haver cecos pilóricos em quantidades variadas. Estes são considerados dilatações da superfície intestinal com estrutura histológica comparável à do intestino delgado que produzem enzimas proteolíticas. Na terminação do intestino, no reto, forma-se o esfíncter anal, que se abre ao exterior pelo orifício urogenital.
Como glândulas anexas são considerados o fígado e o pâncreas. A forma do fígado varia muito nas distintas espécies piscícolas. O pâncreas não é facilmente distinguido, pois seu tecido encontra-se distribuído de maneira difusa pela região portal.
As espécies carnívoras caracterizam-se por apresentar boca grande e mandíbulas fortes. Os dentes, quando presentes, são pontiagudos e afiados, importantes na captura e corte das presas. Possuem estômago geralmente em forma de “Y” e com ampla capacidade de distensão.
O intestino é um tubo curto, sem diferenciação, podendo em algumas espécies apresentar estruturas em forma de franjas (cecos pilóricos) com função complementar à digestão e absorção intestinal, estando localizados na porção inicial do intestino (piloro). Uma marcante característica das espécies carnívoras é que o comprimento total do trato digestivo (esôfago/ânus) é de 0,6 a 1,0 vez o comprimento do corpo.
- cecos pilóricos: localizam-se logo após o estômago, sendo evaginações da parede intestinal. Nos cecos, quando presentes, é que ocorrem os verdadeiros processos digestórios, sendo que os seguimentos anteriores, geralmente, apenas recebem, transportam e preparam o material para digestão nos cecos que aumentam a habilidade digestiva do intestino. Em função de sua característica anatômica, podem estar presentes em grande número.
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Comentários

Pedro Alves ferreiea
16 de ago. de 2023Muito bom gostei da pesquisa

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17 de ago. de 2023Olá, Pedro Alves Ferreiea! Como vai?
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Priscila Pereira Moutinho
3 de ago. de 2023Ola Poderiam me informar quanto tempo leva para os peixes betta digerirem os alimentos ? Nao acho essa informacao em lugar nehum e acho muito importante ja que os bettas sofrem muito com constipacao pois nao temos informacoes suficientes sobre isso . Obrigada Priscila

Resposta do Portal Cursos CPT
10 de ago. de 2023Olá, Priscila Pereira Moutinho! Como vai?
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Aldeísa
29 de dez. de 2021Olá! gostaria de saber o ano desta publicação, pois, irei utilizar alguns dados do conteúdo no meu tcc, e preciso fazer a referencia.

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14 de jan. de 2022Olá, Aldeísa! Tudo bem?
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Essa matéria foi publicada em Novembro de 2013.
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Lorena

Felisberto vasco sithole
14 de jan. de 2021Gostaria de saber mas sobre nutrição.

Resposta do Portal Cursos CPT
15 de jan. de 2021Olá, Felisberto
Como vai?
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