Produção de mudas ornamentais - estruturas para a implantação do viveiro

Um viveiro de mudas ornamentais deverá possuir, pelo menos, quatro áreas para a produção. São elas: área de semeio, área de enraizamento, área de estoque e área de espera. Dependendo do grau de organização e do objetivo, pode-se ter, ainda, uma quinta área que seria para exposição e comercialização. Para as plantas que se reproduzem via semente, temos as alternativas de semeá-las diretamente em recipientes ou em leitos de semeadura. Estes podem ser apenas canteiros preparados no nível do solo ou bancadas e estruturas com alturas de cerca de 70 cm, com uso de bandejas especiais ou tubetes de plástico rígido.

“Para as plantas ornamentais que se reproduzem via enraizamento de estacas temos as que enraízam com tanta facilidade que podem ser colocadas para enraizar diretamente no recipiente”, afirma o professor Wantuelfer Gonçalves, do Curso Produção de Mudas Ornamentais, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.

Algumas mudas ornamentais, entretanto, necessitam de cuidados especiais. Para estas, recomendamos leitos de enraizamento que nada mais são que canteiros de areia onde elas emitirão raízes. Após a emissão de raízes, elas são transplantadas para os recipientes. Para o enraizamento, é importante o controle de luminosidade, temperatura e umidade.

Assim, é importante que o viveiro de mudas ornamentais possua uma estrutura simples, chamada casa de sombra ou, em alguns casos, uma estrutura um pouco mais complexa, chamada estufa ou casa de vegetação, onde se controlará inclusive a temperatura e a umidade.

Uma vez reproduzidas, as mudas ornamentais passarão por um período de aclimatização e preparação para o campo. Nesse período, não poderá faltar-lhes água, nutrientes e espaço para crescer. Esse espaço deverá atender tanto à parte aérea como à parte de raízes. Para acondicionamento das raízes, precisa-se estar atento ao tamanho do recipiente.

Dependendo da espécie, a muda ornamental precisa, às vezes, ser replantada, sucessivas vezes, em recipientes maiores. Uma vez estabelecida, ela será estocada em uma área própria, aguardando a hora de ir para o campo ou de ser comercializada.

Quando a espécie adquire dimensões muito grandes, como o caso de árvores e palmeiras que, quanto mais tempo ficam no viveiro, mais se valorizam estética e economicamente, o recipiente, por maior que seja, acaba ficando pequeno. Para esses casos, recomenda-se o viveiro de espera.

O viveiro de espera é uma área na qual as mudas são plantadas no chão, em espaços reduzidos e, quando vão para o campo ou são comercializadas, são arrancadas e acondicionadas de modo especial para o transporte.

Além dessas áreas, o viveiro deverá possuir também uma pequena área administrativa que compreenderá um escritório e um almoxarifado.

A estrutura de irrigação dependerá do tamanho do viveiro e do grau de investimento do seu proprietário, sendo o método mais simples a irrigação com regadores. Evoluindo-se um pouco com o crescimento em área, podemos recomendar a irrigação com mangueiras, tomando-se o cuidado para o estabelecimento de diversas torneiras estrategicamente distribuídas. É importante salientar que o jato de água não deve ser muito forte pois prejudica a semeadura e o desenvolvimento das plantas maiores já que as plantas ornamentais são mais delicadas.

Caso o viveiro seja muito grande, com dimensões comerciais, ou seja, objeto de um bom investimento, recomendamos a irrigação por aspersão. Nesse caso, a estrutura básica de irrigação é uma moto-bomba, uma rede principal de duas polegadas, com derivações laterais horizontais de uma polegada e derivações verticais de 3/4 de polegada.

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Por Andréa Oliveira.