As despesas financeiras relativas à administração do dinheiro da família são as tarifas bancárias, juros, multas, impostos, contribuições (CPMF), anuidades de cartão de crédito, dentre outras. Estas despesas devem ser acompanhadas e contabilizadas, continuamente, pois quando não planejadas ou controladas, de perto, podem desequilibrar o orçamento doméstico. "Procure se informar em seu banco ou nas instituições financeiras com as quais você opera quais são os custos financeiros e análise, cuidadosamente, para ver quais deles podem ser evitados", afirma Dr.ª Nerina Aires Coelho Marques, professora do Curso CPT Finanças na Família - Administração e Controle.
Tarifas bancárias
Com relação às tarifas bancárias, a maioria dos clientes desconhece os custos dos serviços prestados, embora os bancos sejam obrigados por lei a fixar em lugar visível; poucos são aqueles que os procuram. Vá a seu banco e procure conhecer a relação e os valores destes serviços. A competição e a disponibilidade de novas tecnologias levam as instituições a oferecerem um grande número de serviços, geralmente, agrupados no que se convencionou chamar “pacote” de serviços, os quais certamente implicam custos para os clientes. Antes de optar ou contratar qualquer serviço, é preciso avaliar se os benefícios equivalem ou superam os custos. É preciso pesquisar sempre, pois os valores dessas tarifas variam ao sabor da economia. Antes de abrir uma conta bancária, vale a pena fazer uma pesquisa e optar pela instituição que oferece as condições mais interessantes, embora, haja uma aparente uniformidade.
Multas por atraso de pagamento
Multas por atraso de pagamento podem atingir cifras elevadíssimas, comprometendo as finanças da família. Se as dívidas não forem quitadas nos prazos estipulados, vão se acumulando, podendo causar um rombo difícil de consertar, um estrago em suas finanças. Organize-se e mantenha suas contas sob controle. Obedecendo aos valores e às datas, rigorosamente, você poderá, no futuro, negociar melhores condições de pagamento, e, até, obter vantagens na renegociação, se houver necessidade. Por isso, não facilite, inclua estas obrigações em seu orçamento e siga as datas.
Cheque especial e cartão de crédito
Outras despesas financeiras que merecem cuidado dobrado são os custos do cheque especial ou do cartão de crédito. Os cartões de crédito são instrumentos de pagamentos apelidados por muitos de “dinheiro de plástico”. São emitidos e garantidos por bancos e financeiras, e, até mesmo, por estabelecimentos comerciais para facilitar compras e pagamentos, viabilizando o crédito automático ao consumidor, obedecendo a limites estipulados em contratos. Os cartões das lojas fazem parte de estratégias do comércio para atrair e cativar os clientes, isto é, torná-los cativos. Apesar das facilidades oferecidas, só devem ser utilizados para efetuar pagamentos que estejam previstos no orçamento.
Um cartão de crédito não é um dinheiro extra, mas um crédito com todos os custos que esse serviço implica e cuja fatura lhe será cobrada em breve. Este cartão tem uma vantagem e uma desvantagem. A vantagem é que, na hora da compra, dispensa a apresentação de garantias que já foram aprovadas antes e você terá um prazo de até 35 dias para receber a cobrança. A desvantagem é que, nesta facilidade, reside o maior perigo. Comprar a crédito e endividar-se ficou tão “à vontade” que o consumidor não pensa no ônus que aquela compra, feita com aquele pagamento “fácil”, apresenta para suas finanças.
O portador do cartão escolhe um dia fixo de sua conveniência para a efetuação da fatura da cobrança e, por isso, ele deve honrá-lo, sob pena de perder o crédito e aumentar sua dívida, pois aos valores das compras são acrescidos juros, multas e outras taxas. Note bem que ao comprar a crédito, na verdade, o consumidor levará uma mercadoria, mas junto, adquiriu dívidas. Por se tratar de crédito/dívida, todo cuidado é pouco. Um descontrole nos gastos ou um imprevisto podem gerar um desequilíbrio no orçamento, levando o correntista a entrar no cheque especial, o que equivale a fazer uma nova dívida para pagar uma outra.
Os custos do cheque especial, com juros, multas e taxas, são muito elevados. Se você entrar no cheque especial por um tempo limitado e fizer reajustes severos em seu orçamento para cobrir os gastos, a dívida fica administrável. Porém, a repetição deste comportamento de risco, ou seja, se a família faz do cheque especial uma prática corriqueira, de endividamento, e permanece por muito tempo em débito, a situação pode fugir do controle; então, todo o esforço para organizar as finanças domésticas terá sido inútil. Se, no dia do vencimento, falta dinheiro para liquidar o total da fatura, deixa-se um percentual mínimo para amortizar o pagamento, geralmente 20% do total. Nesse caso, o saldo remanescente entra no financiamento rotativo com taxas de juros, na faixa de 10% ao mês.
Quando a situação chega a este ponto, suas dívidas crescem progressivamente. Por exemplo, se você faz uma dívida de R$1.000,00 e a taxa de juros é 10% ao mês e deixa de pagar por 10 meses, ao final desse período, sua dívida vai para R$ 2.593,74; como se vê, mais do que dobrou em relação ao valor inicial, já que os juros são cumulativos. Para solucionar esse problema, o melhor é rever o orçamento, analisando suas prioridades, tendo em vista a renda, (considerando a relação ativos/passivos) e estudar as possíveis saídas e, depois, então, negociar com o banco.
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Por Silvana Teixeira.
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