No período de secagem das vacas, tanto o volume de leite como a pressão no úbere aumentam significativamente com o acúmulo de leite. Como consequência, ocorrem vazamentos nos tetos da vaca, o que favorece a penetração de bactérias causadoras da mastite. Geralmente, alguns sinais comprovam essa disfunção, como fluxo (ou gotas) de leite dos tetos ou leite no chão logo abaixo do úbere da vaca.
Pressão intramamária
Isso acontece porque a glândula mamária da vaca continua a produzir leite mesmo no período de secagem. Com isso, a pressão intramamária aumenta, o que impacta no mecanismo de fechamento dos canais dos tetos, principalmente os dos quartos traseiros, que apresentam maior produção de leite quando comparados aos dianteiros. Esses canais são fechados naturalmente com a formação de tampões de queratina.
Tampões de queratina
Entretanto, é muito comum que as vacas de alta produção apresentem dificuldades em formar esses tampões, algumas delas nem mesmo os formam. Além disso, vacas com canais dos tetos curtos e largos tendem mais facilmente a vazamentos. Em geral, elas apresentam tetos mais curtos, pois vêm de rebanhos submetidos a programas de ordenha que utilizam robôs. Sendo assim, são mais suscetíveis a escape de leite pós-secagem.
Tensão no esfíncter
Outra causa de vazamentos em vacas no período de secagem é a taxa de fluxo de leite elevada devido à velocidade de ordenha, que pode aumentar a tensão no esfíncter. Como resultado, o canal do teto demora a fechar após a última ordenha. Geralmente, as vacas mais velhas têm maiores probabilidades de apresentarem problemas no esfíncter, já que passaram mais tempo em ordenhadeiras mecânicas.
Manejo de ordenha mecânica
Quando mal utilizados, esses equipamentos de ordenha automática podem causar sérios danos ao esfíncter, principalmente pela ação do vácuo, o que pode levar a rachaduras e hiperqueratose comprometendo o fechamento do esfíncter. Entretanto, “um manejo de ordenha mecânica adequado garante a integridade dos tetos”, afirma Juliano Ricardo Resende, zootécnico e professor do Curso CPT Ordenha Mecânica.
Níveis de cálcio e fósforo
A ordenha mecânica também pode estimular a liberação da ocitocina, o que pode resultar no escape do leite pelos tetos. O problema é mais comum em vacas com baixos níveis de cálcio e fósforo no sangue. Os níveis de cálcio devem ser maiores que 8 mg/dl e os de fósforo maiores que 3 mg/dL. Além disso, as vacas secas devem permanecer distantes da sala de ordenha para não serem estimuladas a produzir leite.
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Fonte: Ceva Saúde Animal
Por Andréa Oliveira
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