A pecuária de corte é uma atividade extremamente importante para a economia do nosso país e está dividida em três importantes fases: cria, recria e engorda. Cada uma possui manejo e técnicas específicas que têm como objetivo garantir um animal saudável para a próxima fase e, ao final, para o abate.
Leonardo Fernando, professor do Curso CPT Recria de Bezerros de Corte, explica que entre a cria e a engorda, a pecuária conta com uma fase denominada recria, em que o animal atinge o peso para iniciar a reprodução (fêmea), ou para iniciar o período de engorda (machos). É uma fase importante devido ao grande contingente de animais que nela se encontram.
Porém, mesmo sendo uma fase extremamente importante, alguns criadores acabam negligenciando-a, o que produz um impacto significativo na rentabilidade final de cada animal. Isso porque a criação de bovinos funciona como uma espécie de cadeia, isto é, sem bezerros bem recriados, a engorda e a terminação, fases finais da cadeia de produção, são prejudicadas.
A recria dura, em média, dois anos e é a mais longa da pecuária de corte, exigindo dos criadores dedicação a vários aspectos, como o manejo da pastagem onde os animais serão recriados, a suplementação nutricional e o desempenho do animal durante esse longo processo.
Principais desafios da recria de bezerros
Em nosso país, é muito comum que essa fase seja realizada com o animal a pasto, o que influencia no desenvolvimento do animal em relação ao ganho de peso. Em outras palavras, a forragem, por seu caráter sazonal, produz diferentes “momentos” em relação ao ganho de peso do animal:
- Na época das chuvas, a forragem está disponível de forma mais abundante e, consequentemente, o animal ganha mais peso;
- Na época da seca, a forragem apresenta menor disponibilidade, causando, consequentemente, menor ganho e, em alguns casos, até perda de peso.
Esse é um dos principais desafios do bovinocultor em relação à recria dos animais. Dado que é nessa fase que os animais são manejados para desenvolver musculatura e ossatura suficientes para reprodução ou engorda, é essencial que o criador esteja preparado e possua um planejamento para o manejo dos animais.
Mesmo nesse período da seca, os animais precisam estar com a curva de crescimento em alta, devido ao fato de que o efeito “sanfona” – isto é, o fato de o animal ganhar peso e perder peso nos períodos acima relacionados – tendem a durar mais tempo na propriedade, consumindo alimentação e demandando mão de obra, por exemplo, o que significa maior custo de produção e menor lucro.
Possibilidades para o produtor
Dedicar-se exclusivamente a essa fase pode significar mais lucros para o produtor. Isso porque a especialização, em geral, permite um foco maior e requer conhecimento mais “centrado”, além de proporcionar mais facilidade na coordenação e na gestão da atividade.
E, para chegar a essa conclusão, basta um raciocínio rápido: criar um animal desde o seu nascimento até o abate requer conhecimento de todas as fases, além de dedicação constante para que o animal ganhe todo o peso necessário para o abate ao longo da vida. Especializando-se na recria, o criador pode, ao final, vender o animal para um sistema de engorda.
Como visto, a recria é uma fase crucial para o futuro da pecuária, mas costuma ser relegada pelos produtores e deixada em segundo plano em muitas fazendas. Dessa forma, além de demandar mais custos, demanda também mais tempo, alongando o ciclo de produção e contribuindo para a redução da eficiência e da rentabilidade da atividade.
Conheça os Cursos CPT da Área Bovinos de Corte:
Recria de Bezerros de Corte
Cria de Bezerros de Corte
Técnicas para Produzir mais Bezerros
Fontes: Prodap – prodap.com.br
Gestão Agropecuária – gestaoagropecuaria.com.br
por Renato Rodrigues
Alimentação de Gado de Corte
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