Que tal criar pavões?

Investir em pavões no seu sítio é uma boa opção, porém, existem alguns passos e cuidados que devem ser considerados antes de se iniciar. O Zootecnista João Batista de Oliveira, Professor do Curso CPT de Criação de Pavões, mostra como iniciar a sua criação, desde a parte da aquisição dos primeiros animais até as informações fiscais e tributárias do negócio.

Como começar uma criação de pavões?

1 — Aquisição das matrizes: recomendável que você inicie sua criação com o pavão azul, pois, entre os pavões, ela é a espécie mais barata. As opções sugerem comprar casais de pavões adultos ou filhotes. Pessoas sem experiência com a criação devem optar por animais adultos, pois eles são mais resistentes a doenças. Os pavões recém-adquiridos devem ficar em isolamento, no mínimo, por uma semana. Nesse período, aproveita-se para observar as aves. Se elas apresentarem algum problema, as mesmas deverão ser tratadas antes de serem introduzidas no plantel.

2 — Fornecimento de água: essencial para as aves, a água é requerida em maior quantidade para as aves e deveria ser considerado o nutriente essencial mais importante. Estão disponíveis no mercado diversos modelos e capacidades de bebedouros, confeccionados em diferentes materiais, destacando-se o tipo “nipple” e o parecido com calha. O “nipple” possui válvula de metal que, quando acionada pela ave por meio do bico, libera água automaticamente por pressão, não requerendo higienização constante ou abastecimento. É indicado para todas as fases, porém, com custo de implantação mais elevado. O bebedouro calha pode ser usado com válvula ou boia, automático, confeccionado em metal com custo relativamente baixo, porém com maior possibilidade de contaminação da água.

3 — Alimentação: O pavão consome de 50 g a 100 g de alimento por dia. A alimentação das aves deve ser controlada, pois, elas também ficam obesas e acomodadas. Sendo assim, perdem toda a beleza e o esplendor. Forneça a ração pela manhã e reforce com ovos cozidos e verduras picadas como almeirão, couve, cebolinha, escarola ou alfafa. Não forneça alface, pois geralmente causa diarreia e enfraquece a ave, abrindo portas para várias categorias de doenças.

4 — Investimentos: A decisão de iniciar as atividades de uma criação de aves ornamentais passa necessariamente por um correto levantamento de quanto dinheiro e esforço o criador irá gastar. Esse fato é decisivo para que os riscos de ocorrerem problemas financeiros sejam menores. O criador deve pesquisar o preço dos equipamentos e acessórios a serem adquiridos para o início das atividades e considerar a estrutura e condições que seu sítio possui para tal investimento.

5 — Exigências legais para comercialização: existem diversas portarias regulamentando o comércio de animais silvestres e exóticos, algumas específicas, e outras mais genéricas. Todas elas mencionam a obrigatoriedade da venda de animais criados, em criadouros registrados como comerciais com as devidas notas fiscais, e dados pertinentes para comprovarem a origem. Existem dois organismos que regulamentam e disciplinam a criação de aves ornamentais no Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o IBAMA “Instituto Brasileiro do Meio Ambiente”. O empreendedor disposto a constituir uma criação de aves ornamentais deve requerer os registros e licenças necessárias à implantação do negócio.

A criação desses animais pode acontecer como hobby, atualmente as pessoas estão estruturando pequenas chácaras, em perímetro urbano e rural, onde podem levar seus filhos e netos para proporcionar um contato maior com a natureza. Esse cenário é perfeito para a introdução de aves ornamentais, tanto terrestres quanto aquáticas. É válido ressaltar também que o comércio informal de animais silvestres é ilegal.

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Por Eduardo Silva Ribeiro.