Reconhecido por diminuir em 61% as emissões de CO2, os carros flex evitaram, desde 2003, 83 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
Que posição de conforto tem o Brasil, que, neste momento de preços elevados do petróleo, de crescente demanda mundial por energia elétrica e por sustentabilidade, está sentado confortavelmente sobre um combustível renovável - o etanol produzido da cana-de-açúcar.
Vejam o caso do petróleo: a China consumia, em 2000, 4,8 milhões de barris de petróleo por dia, passando para 8,5 milhões em 2010. A média de consumo nos Estados Unidos é de 22 barris por pessoa por ano, e na China ainda está em 2,2 barris por habitante. A frota chinesa aumentou em quase 10 milhões de carros no ano passado. Aonde vamos chegar com essa fúria chinesa?
O Brasil sobra em sustentabilidade nessa área. Somente 1% dos combustíveis usados no mundo são de fonte renovável. Desse 1%, o etanol é responsável por 90%. A produção mundial saltou de 31 bilhões de litros em 2000 para 85 bilhões em 2010, puxada, principalmente, pelos Estados Unidos. Usando o milho como fonte, os americanos aumentaram sua produção em 25 bilhões de litros nos últimos dez anos; o Brasil aumentou sua produção em 15 bilhões de litros em dez anos. Os dois países respondem por 90% da produção mundial.
A produção no Brasil é de 18 bilhões de litros de álcool hidratado e 8 bilhões de álcool anidro (adicionado à gasolina na proporção de 25%). Em dez anos, fomos de 7 bilhões para 18 bilhões de litros no hidratado; o anidro manteve-se em 6 bilhões de litros. A expectativa para 2020 é de 65 bilhões de litros. E o sucesso vem de onde?
Do carro flex, que transferiu o poder da decisão ao consumidor. Introduzida em 2003, a frota flex deve chegar ao final deste ano com 12 milhões de veículos - aumento de 7 milhões em quatro anos. A frota total brasileira é de 25 milhões de unidades, crescendo 15,1% em 2009 (90% de carros flex). Em 2008, 35% da frota no Brasil era de veículos flex. Em 2015, estima-se que a frota de carros flex esteja em 65% do total no Brasil, e o etanol representará 80% do consumo de combustível em veículos leves, ante 20% da gasolina. Reconhecido pela agência ambiental norte-americana por diminuir em 61% as emissões de CO2 em comparação com veículos movidos a gasolina, os carros flex evitaram, desde 2003, 83 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
E você, quanto ganhou com isso? Termino com esta curiosidade ao leitor. Em casa, gastam-se 100 litros de etanol por semana. São 5.200 litros por ano, que, ao preço médio de R$ 1,30, representam gasto de R$ 6.760. Se usasse gasolina, precisaria de 3.650 litros, a R$ 2,50 cada um, gastando R$ 9.125. Então, meu ganho financeiro anual com o uso do etanol é de R$ 2.300, fora os benefícios ambientais, tributários e a geração de empregos. E o mundo reconheceu nosso etanol. Era evidente, e questão de tempo apenas!
*Marcos Fava Neves
Artigo publicado no Jornal Folha de São Paulo, em 12 de junho de 2010
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Comentários
Jusceli
4 de ago. de 2018Precisamos reproduzir estes exemplos de sustentabilidade.
Resposta do Portal Cursos CPT
6 de ago. de 2018Olá Jusceli,
Agradecemos a visita e comentário em nosso site.
Atenciosamente,
Mariana Caliman Falqueto