A explicação para este fato é que, na rizosfera (região próxima das raízes) da cana-planta, existem grandes populações de bactérias assimbióticas que fixam mais nitrogênio, já que o solo foi preparado recentemente e a sua maior aeração facilita o aumento da população bacteriana.
"Além disso, na cana-soca, a compactação do solo reduz a areação do solo e, consequentemente, a população de bactérias na rizosfera é menor, com pequena fixação de nitrogênio", afirma Dr. Luiz Antônio de Bastos Andrade, professor do Curso CPT Cultivo de Cana-de-açúcar para Produção de Cachaça.
Também a absorção de nitrogênio é maior e mais rápida no início do ciclo da soca. Assim, para a cana-planta, a adubação nitrogenada normalmente é dispensável, havendo necessidade de sua aplicação (60 kg de Na/ha, em cobertura, aos 60 dias pós-plantio) apenas nos seguintes casos:
- solos que vão ser cultivados pela primeira vez com cana;
- áreas de cultivo mínimo;
- solos de alto potencial de produção;
- área de colheita de cana crua; e
- solos com baixos teores de matéria orgânica.
Para a cana-soca, deve-se aplicar o equivalente a 80 kg de N/ha colocado em ambos os lados da linha remanescente de cana. No caso de presença da palha na área, a adubação pode ser feita sobre a palhada.
Não se deve aplicar N sob a forma de ureia, na presença de palha; há muita volatilização. A aplicação de N é na forma de nitrito e, ou, de nitrato de amônia. Nas áreas de aplicação de vinhaça (complementada com N), não é necessário aplicar nitrogênio nas soqueiras.
Ao contrário do que ocorre com o nitrogênio, a cana-planta responde muito bem à adubação fosfatada. Já a cana-soca normalmente não responde (devido ao efeito residual do fósforo colocado no plantio), exceto quando há teores baixos de fósforo no solo. Na cana-planta, aplica-se o fósforo de uma só vez, no fundo do sulco de plantio, com base na análise do solo e na produtividade esperada.
Na cana-soca, a adubação fosfatada também deve ser aplicada de um a só vez, após o corte do canavial, em ambos os lados das linhas remanescentes da cana, na profundidade de 20 cm (cultivador de soqueira) ou em cobertura, com posterior passagem do cultivador simples, visando sua incorporação no solo.
Aplica-se o equivalente a 40 kg de P2O5/ha quando o teor de fósforo no solo, detectado pela análise, for baixo. Quando os teores de fósforo forem médios ou altos, a adubação fosfatada da soqueira pode ser dispensável.
Gostou do assunto? Leia também as matérias CPT abaixo:
- Cana-de-açúcar: espaçamento e profundidade para o plantio
- Cana-de-açúcar: principais pragas e métodos de controle
Quer saber mais sobre o Curso? Dê Play no vídeo abaixo:
Conheça os Cursos CPT da área Agroindústria.
Por Silvana Teixeira.
Este conteúdo pode ser publicado livremente, no todo ou em parte, em qualquer mídia, eletrônica ou impressa, desde que contenha um link remetendo para o site www.cpt.com.br.
Cursos Relacionados
Deixe seu comentário
Informamos que a resposta será publicada o mais breve possível, assim que passar pela moderação.
Obrigado pela sua participação.