
A violência choca o Brasil, mas ao mesmo tempo confronta os responsáveis pela educação, que já discutem medidas de segurança.
O caso da escola de Realengo, no Rio de Janeiro, que ocorreu na manhã da quinta-feira, 14, traz à tona a preocupação da segurança para as crianças nos estabelecimentos de ensino. A violência choca o Brasil, mas ao mesmo tempo confronta os responsáveis pela educação, que já discutem medidas de segurança.
Como relatado no Jornal Bom Dia Brasil, veiculado pela Rede Globo, nos Estados Unidos, depois de tantos massacres, foram adotados alguns modelos rigorosos de segurança. As escolas possuem detectores de metais na portaria e guardas revistam as mochilas dos alunos. Atualmente, os americanos também têm estimulado o diálogo entre alunos e professores, encorajando-os a denunciar qualquer tipo de ameaça.
De acordo com Plácido Soares, profissional de segurança pública e privada vinculado ao Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, uma medida inicial é fazer o mapa das atividades internas da escola e manter em arquivo na guarita. “Nunca se sabe quando será necessário consultar dados e eventos ocorridos no passado. O ideal é desenvolver um software, capaz de armazenar todos os dados sobre entradas e saídas de professores, alunos, funcionários, fornecedores e visitantes”, diz Soares, professor e coordenador do curso Segurança em Estabelecimentos de Ensino, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.
Não existem métodos perfeitos ou infalíveis para evitar essas ações criminosas, mas existem algumas medidas e providências que a escola pode adotar, para dificultar ou impedir. Assim, Soares recomenda, no curso, não deixar objetos de valor em locais visíveis, instalar alarmes e circuito-fechado de TV, utilizar trancas e fechaduras de boa qualidade e o sistema de segredo em áreas mais sensíveis. Além disso, se possível, “contrate uma empresa de segurança que mantenha um serviço de monitoramento, capaz de ser acionado em socorro da escola, quando for necessário. Desenvolva campanhas educativas junto a professores, alunos e funcionários”, incentiva Soares.
O pesquisador Cláudio Beato chama atenção, em seu estudo sobre Perdas Sociais Causadas pela Violência, para a ausência de preparo das escolas e a perplexidade em lidar com a violência. E o bullying vem mostrando isso cada dia mais. Para ele, "os professores e funcionários precisam saber lidar com os alunos problemáticos. Em muitos casos, eles sabem quem são, mas ocultam os problemas que ocorrem dentro do seu território para que não comprometam o nome da instituição", conclui Beato.
Por: Ariádine Morgan
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