Para um adulto ser diagnosticado com TDA/H – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, é necessário que ele tenha apresentado os sintomas desde a infância. O transtorno não é algo que pode ser adquirido tardiamente, mas, chegar a conclusão que existe esse problema só na fase adulta é uma situação muito comum.
De acordo com o professor Dr. Paulo Mattos, psiquiatra e professor adjunto da UFRJ, “os traços do distúrbio são semelhantes aos da criança e do adolescente, com as devidas modificações. Nos adultos é muito difícil ocorrer a reclamação da falta de atenção. A menção feita é geralmente com relação à memorização. A pessoa esquece excessivamente dos fatos”.
Outro sintoma é o forte entusiasmo, acrescido por tarefas múltiplas. Mas a motivação rapidamente desaparece, perde-se o interesse e as atividades não são concluídas. “Por isso, os portadores de TDA/H não se fixam em serviços, uma vez que, além do esquecimento, não possuem ânimo para terminar os trabalhos”, acrescenta o professor Mattos, coordenador do curso A Criança e o TDA/H, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.
Os adultos portadores também não toleram situações muito monótonas, ou repetitivas, que exigem muito tempo sentado avaliando planilhas ou lendo algo. Alguns jamais conseguem tirar férias. Estão sempre inventando coisas para se ocupar e não conseguem simplesmente relaxar.
Segundo o professor Mattos, que também é o presidente da ABDA – Associação Brasileira do Déficit de Atenção, “na relação afetiva, eles são mais propícios a um maior número de parceiros ao longo da vida, o que gera mais incidências de divórcios. São pessoas que têm muito mais depressão e problemas com abuso e dependência do uso de qualquer tipo de drogas do que o esperado na população normal”.
O falar muito e alto é outro traço comum de adultos hiperativos. Monopolizam as conversas e não são bons ouvintes. Os indivíduos com maior grau de comprometimento nesse aspecto podem mostrar prejuízo da capacidade de empatia e, com isso, dificuldades na interação social.
Para o professor Mattos, a desorganização talvez seja o que mais revela o comprometimento das funções executivas no adulto que sofre de TDA/H. “A ausência de organizadores externos, como pais e professores, e o aumento da complexidade da vida, representada pela necessidade de dar conta de diferentes tarefas simultâneas, acabam por tornar mais visível a dificuldade de coordenar ações complexas”, diz Mattos no curso.
Por: Ariádine Morgan
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Comentários

Yosana Manoel
6 de jul de 2020Nossa! Já sou adulta e nunca imaginei que teria TDH embora eu não tivesse noção do diagnóstico ou não tenho ainda mas já estou assustada pelo que vim, porque muito tem haver comigo tudo que tá escrito aqui