O que fazer com os rejeitos da produção, como sobras de cultivo, o vinhoto das usinas de cana, as excretas animais e até restos de alimentos, é uma dificuldade para qualquer produtor rural ou empresário. Eles são difíceis de serem armazenados, poluem o ambiente e podem transmitir doenças ao homem e aos animais. Neste caso, os biodigestores podem transformar este problema em uma solução.
Os biodigestores transformam a matéria orgânica em adubo e combustível. O adubo pode ser comercializado ou reaproveitado diretamente em plantações. Já o combustível pode movimentar moinhos, gerar energia elétrica e aquecer criadouros e casas.
A ecóloga e pesquisadora da Embrapa, Magda Lima, explica que o solo não consegue absorver todas as sobras da indústria e da agropecuária. Estes materiais podem, inclusive, contaminar rios, açudes e os lençóis freáticos. Outro problema, é que a matéria decomposta libera gases do efeito estufa, como o metano e o dióxido de carbono. Só a produção de estrume e urina, produzidas pelos rebanhos chega a 410 milhões de toneladas por ano, uma média de mais de um milhão de toneladas por dia.
Os biodigestores aproveitam matéria orgânica e a transforma em adubo e combustível.
O doutor em energia na agricultura, Jorge de Lucas Júnior, professor da Universidade Estadual Paulista (UNESP) e coordenador do Curso CPT Construção e Operação de Biodigestores explica o funcionamento de um biodigestor. Ele é um tanque revestido de concreto ou lona que recebe todo o rejeito.
O material entra no tanque e se desloca aos poucos até sair do outro lado. Este trajeto dura cerca de 30 dias, e os dejetos recebem um tratamento para se tornarem menos poluentes. As bactérias dentro do biodigestor consomem a matéria orgânica, dando origem ao biogás. O que sobra pode ser usado como fertilizante.
Por: Maria Clara Corsino.
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