A ovinocultura, da mesma forma que qualquer outra atividade rural, apresenta auspiciosa viabilidade econômica, desde, no entanto, que se apliquem as técnicas específicas.
É lógico que o objetivo principal daquele que se dedica à ovinocultura é a máxima produção de cordeiros; e, para que isso ocorra, deve-se levar em consideração vários fatores, os quais estão sempre inter-relacionados.
A alimentação é a base de todos os sistemas de produção animal. Não basta oferecer o alimento, é preciso balancear as dietas de acordo com as exigências de cada categoria, considerando-se ingredientes saudáveis e palatáveis.
Atrelado à boa nutrição está o manejo sanitário, levando-se em conta que animais bem alimentados são menos susceptíveis às doenças. De qualquer forma, há que se consultar um técnico, para se estabelecer um programa profilático que envolva vacinações, controle de parasitas e higienização das instalações.
A genética é um terceiro fator de capital importância. Há que se efetuar criteriosa seleção do rebanho, com o intuito de, paulatinamente, galgar degraus na produtividade do sistema de produção. É importante que se busquem reprodutores e matrizes que produzam cordeiros com maior velocidade de ganho de peso, com carcaça de qualidade superior e boa conversão alimentar.
A seleção de ovelhas que produzam mais leite, característica determinada pela pesagem dos cordeiros à desmama, é uma das principais maneiras de minimizar a mortalidade dos recém-nascidos. Os aspectos reprodutivos também podem ser melhorados pela seleção; entretanto, a alimentação é determinante. Ovelhas bem nutridas apresentam maior taxa de ovulação, redundando em mais partos gemelares.
Por outro lado, o crescimento do feto é melhor, nascendo cordeiros pesados, com maior probabilidade de sobrevivência. Finalmente, a produção superior de leite imprimirá uma boa velocidade de crescimento durante a fase de amamentação, originando cordeiros mais pesados à desmama. Quanto maior o peso à desmama, menor o período de recria e terminação, fato que propicia menores custos de produção, principalmente se o acabamento ocorrer em regime de confinamento total.
O manejo reprodutivo é outro tema preponderante. Juntar machos e fêmeas, simplesmente, não atende os requisitos para se conseguir elevada produção de cordeiros. É preciso determinar uma época do ano para se realizar a chamada estação de monta, que não deve ultrapassar 60 dias. Esta época estará na dependência da disponibilidade de alimento, condições climáticas e fotoperíodo mais adequados às características fisiológicas da raça criada, considerando-se que as raças européias não apresentam cio em certas épocas do ano.
Quanto ao método de acasalamento, pode-se optar pela monta natural livre, monta natural controlada ou inseminação artificial. Para cada criação, haverá um sistema que se enquadre melhor.
Em suma, o sucesso de uma criação de ovinos depende de uma série de fatores. O principal deles, todavia, é o bom senso do criador, que, antes de qualquer coisa, deverá buscar a orientação de todas as formas possíveis, considerando-se as múltiplas especificidades que envolvem qualquer espécie animal. O curso do CPT - Centro de Produções Técnicas "Técnicas para Produzir Mais Cordeiros", produzido sob a coordenação técnica do professor Edson Ramos de Siqueira, está à sua disposição, com estas informações.
Prof. Edson Ramos de Siqueira
Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia - Unesp - Botucatu - SP.
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