Você é veterinário? Sabe como avaliar o baço em animais?

O baço é um órgão vital localizado na região dorsal do abdômen dos animais, desempenhando funções essenciais para o sistema imunológico e hematológico. Sua avaliação detalhada é fundamental para diagnosticar uma variedade de condições, desde lesões traumáticas até doenças neoplásicas. Neste contexto, a ultrassonografia emerge como uma ferramenta diagnóstica eficaz, permitindo a identificação precisa de anomalias e oferecendo informações valiosos para o tratamento veterinário.

O baço encontra-se na região mais dorsal do abdômen dos animais, sendo melhor visualizado do lado esquerdo. Ele fica entre o rim esquerdo e a região do estômago, explica Sâmara Turbay Pires, professora do Curso CPT Ultrassonografia e Radiologia em Pequenos Animais.

O baço é dividido em duas regiões:

• Polpa vermelha: responsável pela remoção do sangue de eritrócitos senescentes, bactérias e complexos imunes.

• Polpa branca: composta por tecido linfoide, responsável pela captura e fagocitose de antígenos que promovem a produção de linfócitos B e plasmócitos (para produção de anticorpos e linfócitos).

Entre as funções do baço, podem ser citadas as linfáticas, imunes, circulatórias e hematopoiéticas.

Exame ultrassonográfico do baço.

Na ultrassonografia, podem ser observadas imagens mais detalhadas do parênquima do baço. Este processo não requer preparo prévio do paciente.

Ao avaliar ultrassonograficamente os pacientes, podem ser utilizados transdutores de alta frequência (microconvexo) e baixa frequência (linear).

Ao realizar os exames ultrassonográficos, deve-se avaliar no baço:

• Lesões focais, difusas, sólidas ou cavitárias.

• Hilo, cápsula, bordas e todo o comprimento.

• Dimensões.

• Vascularização (hilo e vasos internos).

Na ultrassonografia, para o baço apresentar-se normal, deve ser verificado:

• O parênquima esplênico homogêneo, de textura fina e hiperecogênico.

• A cápsula lisa, bem definida e ecogênica.

• Contornos agudos, afilados

Alterações do baço: focais

As alterações focais que podem ser observadas no baço de um animal são as seguintes:

• Anecogênicas arredondadas: cistos.

• Hipoecogênicas: infarto, trauma, neoplasia, abscesso, hiperplasia nodular benigna, hematoma, alterações tóxicas e septicêmicas.

• Hiperecogênicas: fibrose (perivascular), calcificações.

• Ecogenicidades mistas: neoplasias.

Dependendo da constituição da lesão e de como ela se apresenta no parênquima do órgão, pensa-se então nos possíveis diagnósticos diferenciais.

Quando um animal sofre algum tipo de trauma, pode apresentar hematomas no baço. Essa lesão tende a deixar áreas mais hipoecogênicas no parênquima da estrutura.

No infarto, observa-se a área mais localizada e hipoecogênica. Ao colocar o Doppler nesta região, percebe-se a ausência de vascularização.

Na hiperplasia nodular, existem nódulos no parênquima que tornam o baço mais arredondado e hipoecogênico. As hiperplasias são lesões benignas no baço, muito comum em animais mais velhos.

Muitas vezes esses nódulos vão se apresentar na ponta cranial do baço ou em seu final, na região caudal. Por isso a importância da avaliação de todo o órgão, fazendo uma varredura completa.

Neoplasias também podem ser observadas como uma alteração, apresentando-se como massas localizadas na região mais cranial do baço, podendo assumir várias formas.

No caso do osteossarcoma extraesquelético, podem ser observados pontos focais de mineralizações, com formação de sombra acústica e regiões mais hiperecogênicas no parênquima.

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Por: Thiago de Faria