Quais critérios são usados na escolha de um modelo animal para pesquisa?

Modelo animal.

Modelos animais são animais que possuem similaridades genéticas e fisiológicas com os seres humanos e são utilizados em pesquisas e estudos, explica a professora Alessandra Sayegh Arreguy Silva, do Curso CPT Ética no Uso de Animais.

Esses modelos são amplamente empregados para tornar as pesquisas menos dispendiosas, uma vez que muitos estudos que seriam realizados em animais de grande porte podem ser conduzidos em animais de menor porte e mais fáceis de manipular, como ratos e camundongos.

Sobre os tipos de modelos animais para estudo de doenças, existem: modelos induzidos, modelos espontâneos, modelos negativos, modelos órfãos.

É importante conhecer as características do modelo animal para garantir que exista uma similaridade filogenética entre ele e o objeto de estudo. O uso do modelo animal deve ser considerado quando é possível extrapolar os resultados obtidos com ele para a espécie-alvo e quando questões éticas estão envolvidas.

Além disso, é necessário avaliar os riscos e benefícios do uso do animal, assim como a existência de outros estudos que comprovem que a utilização do modelo escolhido é realmente a melhor opção para o caso. Também é importante considerar as limitações identificadas em outros estudos que utilizaram o modelo escolhido, bem como os prováveis riscos associados a essa utilização.

A escolha do modelo animal.

Para a escolha do modelo animal, também devem ser considerados a linhagem da espécie que será utilizada no estudo, o perfil sanitário necessário, a idade e expectativa de vida do animal, seu porte físico, sexo e estágio de desenvolvimento. Além disso, é importante selecionar animais que demandem baixo custo de manutenção, para garantir que os recursos necessários para o seu bem-estar estejam sempre disponíveis.

Os roedores e lagomorfos são animais frequentemente utilizados devido à sua facilidade de reprodução, manutenção e criação. Além disso, eles têm um comportamento dócil, podem ser facilmente manipulados e ocupam pouco espaço, o que facilita o controle do microambiente.

Vantagens e desvantagens do uso de animais silvestres, domésticos e de laboratório como modelo animal.

Os animais utilizados podem ser silvestres, domésticos ou de laboratório.

Utilização de espécies silvestres:

Vantagens: observação dos modelos no seu habitat natural, facilitando estudos de comportamento, meio ambiente e ocorrências de doenças naturais.

Desvantagens: falta de dados na literatura sobre comportamento e fisiologia da espécie silvestre; dificuldade com questões éticas, pois podem ser espécies em risco de extinção; é difícil extrapolar dos dados para outras espécies; difícil captura, manuseio e obtenção de um elevado número de animais; monitoramento oneroso; alto risco de estresse dos animais; alto risco de acidentes.

Utilização de espécies domésticas:

Vantagens: são dóceis; permitem o estudo de doenças comuns do dia a dia humano; em animais de rebanho, o estudo de doenças que ocorrem naturalmente é facilitado; as questões éticas são mais facilitadas; na literatura é possível encontrar um amplo volume de dados confiáveis.

Desvantagens: dependendo da espécie animal, o custo de manutenção é muito alto; experimentos com animais domésticos podem causar comoção social.

Utilização de espécies de laboratório:

Vantagens: fácil manutenção e observação; são dóceis e de fácil manipulação; permite o uso de um número elevado de animais; têm ciclo de vida curto; permite padronização genética e do ambiente; custos menos onerosos; na literatura é possível encontrar um amplo volume de dados confiáveis.

Desvantagens: estão em ambiente artificial, controlado; hábitos alimentares diferentes do que ocorrem na natureza; os dados obtidos a partir de doenças artificialmente induzidas não podem ser extrapolados.

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Por: Thiago de Faria