Os alimentos volumosos apresentam um índice de fibra bruta acima de 18%, enquanto os concentrados têm um índice de fibra bruta abaixo de 18%. Os concentrados podem ser divididos em concentrados proteicos, que possuem mais de 20% de proteína bruta, e concentrados energéticos, explica a Prof.ª Dr.ª Taiane Martins, do Curso CPT Nutrição e Alimentação de Bovinos de Corte.
A partir disso, é evidente que é viável oferecer aos bovinos uma dieta com uma maior proporção de grãos, uma vez que tanto o volumoso quanto o concentrado fornecem energia ao animal e substrato para a atividade sintética da microbiota ruminal. A única ressalva diz respeito à transição de uma dieta volumosa para concentrada, sendo fundamental considerar sempre o bem-estar animal.
Alimentos volumosos.
O fornecimento de volumoso na dieta de bovinos de corte varia de acordo com o sistema de produção, seja a pasto ou em confinamento.
Em se tratando de confinamento, a escolha do volumoso é feita seguindo os critérios de custo e de planejamento (operacional), sendo que a maioria dos confinamentos brasileiros utilizam no máximo 2 tipos de volumosos. Portanto é importante conhecer as características nutricionais de cada tipo de volumoso para que a decisão seja acertada.
Alimentos concentrado.
Os alimentos concentrados são aqueles que vão fazer o animal ganhar peso, potencializando seu desenvolvimento.
Sendo assim, deve-se selecionar o concentrado adequado para recria e terminação.
Na fase de recria, é recomendável dar preferência aos concentrados com maior teor de proteína na dieta total. Pode-se utilizar uma maior proporção de alimentos considerados proteicos, aqueles com teor acima de 20% de proteína em sua composição, como farelo de soja, ureia, DDG, caroço de algodão, entre outros.
Na fase de terminação, é aconselhável dar preferência aos concentrados energéticos com maior teor de energia na dieta total. Pode-se utilizar uma maior proporção de alimentos considerados energéticos, que têm uma composição predominantemente de carboidratos e um teor de proteína abaixo de 20% em sua composição, tais como milho, farelo de trigo, polpa cítrica, entre outros.
Além disso, ao calcular a ração, é fundamental considerar o núcleo mineral, o qual varia em composição para cada categoria animal.
O concentrado pode ser preparado na própria propriedade ou ser adquirido pronto. No caso da produção própria, é viavel ter uma infraestrutura específica, incluindo maquinário e espaço adequado, que permita o armazenamento e a manipulação dos ingredientes de forma a preservar sua qualidade.
Composição nutricional dos principais alimentos.
O valor nutricional dos ingredientes utilizados na composição da alimentação de bovinos de corte é determinado através de análises laboratoriais ou, como método mais prático, pelo uso de softwares. Esses programas contêm bancos de dados com informações já registradas. Atualmente, o principal banco de armazenamento desses dados é o site CQBAL 4.0.
Utilização de ureia na alimentação de bovinos de corte.
O uso da ureia na alimentação de bovinos de corte é comum, mas requer precauções devido ao risco de intoxicação. A conversão de nitrogênio em proteína bruta ocorre no rúmen, onde a amônia resultante deve ser equilibrada na dieta. A ureia, um Nitrogênio Não Proteico (NNP), fornece proteína bruta, permitindo redução de custos na dieta, mas o excesso pode levar à intoxicação. Recomendações incluem limitar a ureia na dieta, fornecer junto com fontes de enxofre, e misturar uniformemente na ração para garantir segurança e eficácia.
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Por: Thiago de Faria
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