Na inseminação artificial, a monta é substituída pela colocação do sêmen no aparelho reprodutivo da vaca, por meio de materiais apropriados. Um desses materiais é o aplicador, que é introduzido na vulva da fêmea, atravessando a vagina e a cérvix, permitindo a deposição do sêmen na entrada do útero. Esse sêmen é diluído para aumentar as chances de fecundação. No entanto, é preciso também que haja um óvulo fértil na vaca.
“De forma geral, a inseminação tenta agir sobre dois aspectos: aproveitar ao máximo os cios da matriz e fazer com que as crias tenham maior potencial produtivo, por conta do uso de sêmen de reprodutores melhoradores, a um custo relativamente baixo”, afirma o professor Luís Fonseca Matos, do Curso CPT Inseminação Artificial em Bovinos - Convencional e em Tempo Fixo.
O sucesso de um programa de inseminação artificial está ligado aos fatores que influenciam o desempenho reprodutivo do rebanho, como a sanidade, a nutrição e o manejo da propriedade. Além disso, é fundamental o preparo ou a adaptação de instalações necessárias e o treinamento dos inseminadores. A cada um desses aspectos, deve ser dada a devida atenção.
Manejo sanitário
Deve-se diagnosticar e controlar prováveis doenças que possam afetar o desempenho reprodutivo dos bovinos, como a brucelose, leptospirose, campilobacteriose, tricomoníase, IBR, entre outras, além de estabelecer um eficiente controle de ecto e endoparasitas. No entanto, para isso deve-se ter apoio de um médico veterinário.
Nutrição
Deve-se garantir o fornecimento constante de alimentos em quantidade e qualidade. Além disso, deve-se preparar os alimentos para serem utilizados no inverno, na forma de alimentos conservados, como silagem ou feno, ou ainda a utilização de cana-ureia. Da mesma forma, deve-se garantir ao bovino acesso diário à mistura mineral, bem como à água de qualidade.
Manejo
Deve-se identificar os animais de forma eficiente, permitindo anotações precisas nas fichas individuais. Os registros dos dados devem ser coletados e organizados, permitindo a obtenção de informações importantes para a seleção dos animais. Os animais devem ser separados por lotes para facilitar os trabalhos de observação de cios e condução das vacas até o local de inseminação. Dessa forma, o pecuarista obterá ótimos resultados.
Treinamento de pessoal
Deve-se treinar rigorosamente o inseminador, pois este é a peça-chave em todo o processo. O inseminador será responsável pela identificação dos animais em cio, inseminação e anotações necessárias. Dessa forma, será fácil atingir elevados níveis de eficiência no programa de inseminação.
Materiais de inseminação
O inseminador utilizará em seu trabalho uma série de materiais, que deverá ter sempre à mão, em bom estado de conservação e devidamente higienizados. São materiais simples e de baixo custo, mas indispensáveis ao trabalho de inseminação artificial. São eles:
- Botijão com nitrogênio líquido: recipiente para o armazenamento do sêmen;
- Sêmen: embalado em palhetas;
- Luvas de palpação: usadas para a proteção do braço do inseminador no ato da palpação;
- Bainhas descartáveis de inseminação: tubos plásticos usados para proteger o aplicador e evitar contaminação do útero;
- Aplicador universal de sêmen: conjunto de metal usado para transpor a cérvix da vaca;
- Termômetro: usado para medir e controlar a temperatura da água usada no descongelamento do sêmen;
- Tesoura ou cortador de palhetas: usada para cortar a extremidade da palheta de sêmen;
- Pinça: usada para retirar a palheta do botijão e evitar queimaduras;
- Ebulidor e caixa de isopor: utilizados para o aquecimento e a manutenção da temperatura da água usada para o descongelamento de sêmen;
- Papel toalha ou papel higiênico: secagem da palheta de sêmen e da vulva do animal;
- Ficha de anotações: para os registros necessários ao manejo do rebanho.
Embalagem de sêmen
As palhetas são as embalagens mais utilizadas para o sêmen, podendo ser médias ou pequenas. As mais comuns para a inseminação de bovinos são as palhetas médias. Estas são um tubo plástico com 133 mm de comprimento, 2,8 mm de diâmetro e volume suficiente para 0,5 ml. de sêmen. Elas podem se apresentar em diferentes cores, o que possibilita a identificação da raça do reprodutor. Esse tipo de embalagem apresenta vantagens na industrialização do sêmen, permitindo um sensível aumento na produção (140/hora).
Botijão de nitrogênio
O botijão é um recipiente térmico com isolamento a vácuo, destinado a conservação do sêmen. Para tanto, ele deve receber nitrogênio líquido, que conserva as doses de sêmen congeladas a uma temperatura de –196ºC por tempo indeterminado, desde que se mantenha o nível mínimo, abastecendo-o periodicamente. A capacidade da maioria dos botijões é de 1.200 doses de palhetas finas ou 600 palhetas médias.
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Por Andréa Oliveira
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