Como interpretar os padrões radiológicos pulmonares em animais?

Para avaliar os padrões radiológicos pulmonares, é importante lembrar a composição do tórax radiograficamente, que inclui o pulmão (radiotransparente), os vasos sanguíneos (radiopacos), a região dos brônquios (caminho dos brônquios principais), a região do coração e a região da traqueia, explica Sâmara Turbay Pires, professora do Curso CPT Ultrassonografia e Radiologia em Pequenos Animais

Os padrões e alterações que devem ser avaliados na radiografia torácica são:

• Brônquico: alterações nos brônquios.

• Vascular: alterações nos vasos.

• Intersticial: alterações no interstício (parênquima pulmonar).

• Alveolar: alterações nos alvéolos.

• Misto: presença de mais de um padrão pulmonar.

Além dos padrões pulmonares, é sempre importante observar a localização, a expansão e a opacidade. Veja na figura abaixo:

O padrão brônquico está relacionado a alterações nos brônquios. Relembrando a anatomia do brônquio: a traqueia se divide em brônquios principais na região da carina e, em seguida, em bronquíolos até chegar aos alvéolos.

Observação:

No corte transversal, o brônquio se apresenta radiograficamente de forma mais redonda (como uma "rosca frita"). No corte longitudinal, ele se apresenta como um trilho de trem (uma "linha férrea").

As alterações que podem ocorrer nos brônquios incluem:

• Espessamento das paredes bronquiais, que aparecem radiograficamente como uma "linha férrea" ou "rosca frita".

• Mineralização das cartilagens bronquiais, mais comum em animais mais velhos.

• Alteração no diâmetro do lúmen, conhecida como bronquiectasia, que é a dilatação do brônquio, aumentando seu tamanho.

Toda vez que há uma alteração na parede brônquica, caracteriza-se como um padrão brônquico.

Os diagnósticos diferenciais para padrões brônquicos vistos radiograficamente incluem processos alérgicos (como asma felina e broncopneumopatia eosinofílica), bronquite crônica, infecção/broncopneumonia (de origem bacteriana, viral, fúngica ou parasitária), edema pulmonar e infiltrado neoplásico.

Padrão vascular:

O padrão vascular pode ser observado nos campos pulmonares, principalmente quando ocorrem:

• Aumento (hipervascularização) ou redução (hipovascularização) do tamanho e/ou número das artérias e veias.

• Alterações no tamanho, forma e contorno dos vasos.

a) Dilatação do calibre vascular.

Alterações que podem levar a uma dilatação do calibre vascular, e seus diagnósticos diferenciais.

Para avaliar o padrão vascular radiograficamente e determinar se um vaso pulmonar está aumentado, é importante observar o seguinte:

• Os vasos devem estar menores que o diâmetro proximal da 4ª costela (LL).

• O tamanho médio dos vasos deve ser aproximadamente 0,75 vezes o diâmetro da 4ª costela.

• Os vasos devem estar menores que o diâmetro da 9ª vértebra na visão dorsoventral (DV).

b) Diminuição do calibre vascular

A diminuição de artérias e veias possui como características:

• Hipovolemia (choque, desidratação, anemia, hipoadrenocorticismo).

• Débito cardíaco baixo (efusão pericárdica).

• Doença cardíaca congênita severa (desvios da direita para a esquerda, tetralogia de Fallot, PDA reverso).

• Estenose pulmonar grave.

• Hiperinsuflação pulmonar.

Observe na figura abaixo, que a veia cava caudal já está diminuída, assim como os vasos. Em alguns animais, percebe-se também o coração afastado da parede torácica.

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Por: Thiago de Faria