Como identificar lesões ósseas em animais por meio de radiografias?

Sistema ósseo: classificações de lesões ósseas

Para que as lesões ósseas sejam vistas e detectadas radiograficamente, mais de 30% ou 50% da lesão já deve ter ocorrido no osso, ou seja, quando já se tem uma lesão maior, explica Sâmara Turbay Pires, professora do Curso CPT Ultrassonografia e Radiologia em Pequenos Animais.

Sempre que houver suspeita de alteração, deve-se acompanhar o animal radiograficamente.

Torna-se necessária a radiografia em duas projeções para se conseguir trazer mais informações e classificar de forma mais completa o tipo de lesão no osso.

Veja a seguir os tipos de lesões que podem ocorrer no animal.

a) Quanto à quantidade de ossos afetados:

• Monostótica: apenas um osso afetado com a lesão.
• Poliostótica: mais de um osso afetado com a lesão.

b) Quanto ao tecido ósseo:

• Predominantemente esclerótica: possui muita reação óssea e formação de mais tecido ósseo. Ocorre aumento de radiopacidade.
• Predominantemente lítica: osso que está perdendo o tecido ósseo. Diminuição de radiopacidade.
• Mista: possui lise e formação de mais osso na mesma proporção ou parecidas.

c) Quanto à destruição óssea (Osteólise):

• Localizada: lesões menos agressivas, com pequena zona de transição (bem delimitada).
• Difusa: lesões mais agressivas, com longa zona de transição (sem delimitações).

d) Quanto ao padrão de lise:

• Geográfica: lise bem definida e bem delimitada.
• Roída por traça: um pouco mais difusa, menos delimitada.
• Permeativo: lises irregulares e pouco definidas.

Região medular e região cortical.

Veremos a seguir as alterações que ocorrem tanto na região cortical quanto na região medular.

a) Região medular:

• Formada por trabéculas ósseas.
• Alterações nesta região levam à perda do padrão trabecular normal.

b) Região cortical:

• Parte mais firme do osso.
• Pode ser classificada como: destruição (lesão mais agressiva), expansão e adelgaçamento.

Reação periosteal.

As lesões ósseas podem ocorrer apresentando reações periosteais. Logo, deve-se observar sempre se existe a reação periosteal e qual o tipo presente, que podem ser: lisa, pele de cebola, irregular, sun burst, triângulo de Codman.

Resposta Óssea.

Diante das informações e classificações das lesões ósseas, indica-se se ela possui uma resposta mais ou menos agressiva.

• Resposta agressiva → lesão pobremente demarcada → extensa zona de transição entre o osso normal e anormal → reação periosteal irregular/ sun burst → destruição da cortical.

• Resposta não agressiva → lesão bem demarcada → curta zona de transição entre o osso normal e anormal → sem reação periosteal (ou lisa) → não ocorre destruição da cortical.

Como as lesões podem se encontrar em mais de uma região do osso, deve-se sempre indicar a região afetada, qual osso é e qual membro (direito ou esquerdo) que está com aquele tipo de lesão.

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Por: Thiago de Faria