
A importância do estudo do comportamento animal baseia-se, principalmente na sua utilização como ferramenta auxiliar na solução de problemas que afetam os animais. Deste modo, o conhecimento das atividades diárias dos bovinos pode ser muito útil, visto que, mudanças dessas atividades podem ser indicativas de algum problema de manejo ou de saúde; além disso, é possível alterar ou melhorar a rotina do rebanho com base nos resultados de pesquisas concernentes ao padrão comportamental.
Embora existam poucas evidências concretas sobre a extensão das mudanças comportamentais em condições de estresse térmico, fica claro que "alterações da postura, das atividades físicas, dos hábitos alimentares e de outros comportamentos são importantes mecanismos adaptativos para reduzir o efeito do estresse calórico", explica Prof. Dr. Aloisio Torres de Campos, do Curso CPT Conforto Animal para Maior Produção de Leite.
Baseando-se em alterações do tempo dedicado às atividades de padrão fixo de comportamento (alimentação, ruminação e ócio) bem como nas modificações da postura entre o verão e inverno observadas nos experimentos citados, pode-se sugerir que, nos períodos mais quentes do ano, os animais utilizam alguns destes mecanismos (redução no tempo de alimentação, ruminação e aumento no tempo de ócio), para diminuir a produção de calor metabólico excedente, enquanto outros (aumento do tempo em pé) auxiliam na dissipação do calor. Deve-se considerar também que mudanças de comportamentos como permanecer grande parte do dia à sombra e aumentar a ingestão de água contribuem significativamente para manter a homeotermia dos animais.
Estas mudanças comportamentais sugerem algumas práticas de manejo que visam o conforto dos animais e consequentemente o aumento na produção de leite e melhora dos índices reprodutivos. Por exemplo:
- disponibilizar sombra adequada para os animais principalmente com relação ao tipo e a dimensão de sombra.
- Permitir livre acesso á água durante as 24 h. Para isto deve-se atentar para as dimensões do bebedouro e sua localização no piquete.
- Aumentar a frequência de distribuição da mistura completa para os animais confinados, principalmente durante a noite, forçando assim o consumo nas horas mais amenas.
- Eliminar obstáculos à ventilação natural próximo às instalações dos animais maximizando assim a perda de calor por convecção.
Alterar o horário da ordenha da manhã para 8 h, considerando que a nova modalidade de coleta de leite com a utilização obrigatória do tanque de expansão, desobriga os produtores do antigo horário rígido de coleta realizada por “caminhões de leite”. A ordenha tardia, em torno das 8 h, visa fornecer aos animais a oportunidade de pastejo nas horas de temperaturas amenas e de pique de pastejo segundo padrões comportamentais. Intensificar a observação do cio de animais da raça Holandesa, em razão da menor intensidade de manifestação. Do mesmo modo, no inverno, deve ser intensificada a observação de cio nas fêmeas zebuínas, principalmente no final da tarde e á noite.
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Por Silvana Teixeira.
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