A estacionalidade das pastagens determina a necessidade de se produzir e conservar forragens para uso na época de escassez, visando assegurar níveis estáveis de produção de leite e reprodução do rebanho. Diante disso, a Embrapa Gado de Leite vem desenvolvendo pesquisa e transferência de tecnologias orientadas para a produção e uso da cana-de-açúcar, enriquecida com ureia, na alimentação de bovinos no período da seca.
A opção pela cana-de-açúcar levou em conta os atributos favoráveis: cultura permanente, exigindo poucos tratos; baixo custo de produção; elevados rendimentos de forragem rica em açúcar e bem consumida pelo gado; e o fato de dispensar conservação. Também devemos considerar que, economicamente, a mesma é muito importante, sendo utilizada para produção de açúcar; álcool; aguardente; forragem e subprodutos, como: pontas de cana, bagaço, melaço, torta de filtro, vinhaça dentre outros.
Além dessa importância para o setor econômico, ainda tem a questão social. A cana gera milhões de empregos (diretos e indiretos) no pais. No Brasil, existem duas épocas de safra, devido a condições climáticas. No chamado Norte açucareiro (estados da região nordeste), a safra se inicia em agosto/setembro e vai até março/abril. No Sul açucareiro (estados produtores do Centro-Sul), o qual Minas Gerais faz parte, a safra se inicia em maio e se estende até novembro/dezembro.
A cana consiste, hoje, em uma das mais importantes plantas forrageiras (sem contar o uso de subprodutos da indústria sucroalcooleira na alimentação animal), contribuindo para reduções significativas nos custos. Apresenta alto potencial de produção, com cerca de 100 t/ha de massa verde e 30t/ha de matéria seca (média de quatro cortes).
A cana é uma das poucas plantas forrageiras que, depois de crescer ao longo da época das chuvas, consegue manter a qualidade nutricional nesse período. Uma das únicas que, justamente no auge da seca, atinge a sua mais alta qualidade nutricional. Apesar de apresentar um baixo teor de proteína, componente vital para a mantença e o crescimento, para o sistema imunológico dos bovinos e para a produção, esse pode ser corrigido.
A ureia, por ser uma fonte de nitrogênio não-proteica (NNP) de baixo custo e fácil utilização, é adequada para corrigir o baixo conteúdo proteico da forragem da cana. Pesquisas mostram que o emprego da tecnologia cana + ureia é uma estratégia de fácil implementação e reduzido investimento, capaz de assegurar uma maior oferta de forragem de bom valor nutritivo e de baixo custo, aplicável na maioria das fazendas produtoras de leite no Brasil.
Para obter altas produções, a cultura da cana-de-açúcar deve ser tecnicamente bem estabelecida e manejada.
Para obter altas produções, a cultura da cana-de-açúcar deve ser tecnicamente bem estabelecida e manejada. Com potencial para produção de 120 t/ha/ano de forragem, a cana é um recurso forrageiro incomparável, com grande potencial para incrementar a indústria de gado nos trópicos. É uma tecnologia simples, de fácil implementação, tornando-se especialmente indicada para produtores com baixa capacidade de investimento.
Com o objetivo de levar informações acerca da utilização da cana corrigida com ureia na alimentação do gado, o CPT – Centro de Produções Técnicas elaborou o curso “Cana Ureia - Alimento de Baixo Custo para Bovinos”, no qual você receberá informações do pesquisador Rodolpho de Almeida Torres, da Embrapa Gado de Leite, pioneiro nas pesquisas com a cana na alimentação de bovinos.
No curso são abordados os assuntos: uso da cana em diferentes condições; categoria animal e raça; aspectos nutricionais da cana; a ureia corrigindo o baixo teor de proteína; formação e cultivo do canavial; uso da cana com ureia; da colheita ao fornecimento; problemas na utilização; e erros mais comuns cometidos pelos usuários da cana-ureia.
Após fazer o curso e ser aprovado na avaliação, o aluno recebe um certificado de conclusão emitido pela UOV – Universidade On-line de Viçosa, filiada mantenedora da ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância.
A adoção dessa tecnologia pode contribuir para o aumento e estabilização da produção de leite aos níveis obtidos durante o período das chuvas. Ajuda, também, na redução da idade ao primeiro parto e do intervalo de partos, manutenção das altas taxas de lotação obtidas pela intensificação, e manejo das pastagens, com retornos econômicos.
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