A destinação final correta do lixo é um dos maiores desafios urbanos da atualidade. O problema se agrava; pois, nos últimos dois anos, a produção de lixo no Brasil aumentou sete vezes. Esse número é maior que o crescimento da população, e reflexo do aumento do poder aquisitivo.
Apenas 38% dos municípios brasileiros dão destino adequado aos resíduos, os outros 62% os jogam em lixões ou terrenos baldios, causando poluição ambiental. Um mecanismo produzido a partir de pesquisa realizada na Unesp – Universidade Estadual Paulista, pretende diminuir os problemas gerados pelo destino inadequado do lixo orgânico.
O processo de reutilização de sobras é conhecido como compostagem, sendo utilizado como meio de fertilizar o solo em pequenas propriedades. Esta prática, no entanto, gera mal cheiro e atrai insetos. Por isso, os pesquisadores desenvolveram um contêiner fechado, no qual o processo ocorre naturalmente.
No curso Compostagem de Lixo em Pequenas Unidades de Tratamento, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, a professora Maria Esther de Castro e Silva explica que “a matéria orgânica, ao entrar em decomposição por processo anaeróbio, gera o biogás, além do chorume, que são poluentes. Entretanto, esses dois componentes deixam de existir quando ela é transformada em composto orgânico pelo processo aeróbio, com presença de oxigênio”.
Dentro do contêiner, as bactérias presentes no próprio material orgânico o consomem. A preocupação, durante o processo, é com o nível de gás carbônico. Assim, é necessário saber a hora certa de injetar oxigênio. No protótipo, é utilizado um analisador de gás, que mede o nível do CO2 e revela o melhor momento para a troca de gases. Quando o oxigênio dentro do aparelho deixa de ser consumido, o processo chega ao fim, e os resíduos podem ser usados como adubo natural.
Segundo um dos pesquisadores responsáveis, João Perea Martins, o objetivo é dar um destino correto às sobras de indústrias alimentícias, que se não forem bem tratadas, se tornam fonte de poluição.
Por: Clara Peron.
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