As características peculiares da maioria dos fragmentos florestais existentes em Áreas de Preservação Permanente e na forma de Reserva Legal são ter tamanho reduzido e sofrer pressão antrópica. Isso reduz ainda mais as suas áreas e implica, em muitos casos, em alterações profundas em suas estruturas e funções ecológicas.
Em propriedades rurais, essas florestas estão, normalmente, reduzidas a uma faixa estreita, cujo entorno é ocupado por lavouras ou pastagens. Assim, são submetidas aos mais variados impactos das atividades agropecuárias, como o uso de agrotóxicos e a entrada de gado bovino e/ou ovino. Esses impactos são considerados indiretos, ao passo que, como diretos, têm-se a retirada de lenha, a extração de plantas ornamentais e/ou medicinais, a caça, a extração de areia dos rios, os incêndios provocados pela queima de pastagens, dentre outras.
Segundo o professor Dr. Sebastião Venâncio Martins, no curso Restauração Florestal em Área de Preservação Permanente e Reserva Legal, desenvolvido pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, “o primeiro passo, visando à conservação e à restauração ecológica de uma remanescente florestal, diz respeito ao seu isolamento dos fatores de degradação. É importante cercar o limite entre a floresta nativa e a área de atividade agrícola ou urbana”.
Não é indicada a utilização de telas, pois não se deve isolar a passagem de animais silvestres. Recomenda-se a utilização da cerca normal, utilizada em pastagens. A floresta nativa também deve ser protegida da ocorrência de fogo. Para isso, é necessário construir aceiros. Esses são formados limpando-se toda a vegetação presente em uma faixa de, pelo menos, três a seis metros de largura. Assim, o fogo acidental ou o utilizado em pastagens não consegue atingir a floresta.
Uma maneira de amenizar o efeito de borda, resultante dos impactos das atividades agrícolas sobre o fragmento florestal, é a construção de uma zona tampão, que nada mais é do que uma faixa, com atividade agrícola menos impactante, entre o fragmento e a área com agricultura tradicional da propriedade.
“Outras medidas importantes são a implantação de corredores ecológicos, o controle de cipós, o adensamento de clareiras e o plantio para enriquecimento”, completa o professor, doutor em ecologia e restauração florestal.
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