Qual a importância da nutrição na reprodução de touros na pecuária bovina?

Carca de 10% do rebanho passa por processo de inseminação artificial, sendo que, em geral, o repasse dessas fêmeas ocorre com touros em regime de monta natural. Assim, a influência do animal reprodutor sobre os índices de produtividade é enorme, explica a  Prof.ª Dr.ª Taiane Martins do Curso CPT Nutrição e Alimentação de Bovinos de Corte.

Para que o touro tenha boa qualidade espermática, boa libido e, consequentemente, bom desempenho reprodutivo, faz-se essencial que ele receba bom manejo nutricional durante a recria e estação de monta.

Os touros representam cerca de 1 a 4% da quantidade de animais em uma propriedade de gado de corte com sistema de monta natural com relação touro: vaca de 1:15 até 1:80.

Os requisitos nutricionais dos touros para uma boa produção espermática encontram-se entre 5 e 10% acima dos requisitos de manutenção. Os futuros reprodutores devem receber nutrição adequada desde a fase de desmama, para que o desenvolvimento corporal e dos órgãos reprodutores seja adequado.

Animais de genética superior também precisam de condições de manejo e nutrição adequadas para que possam expressar todo o seu potencial genético; nesse sentido, tanto a subnutrição quanto a supernutrição são prejudiciais ao desenvolvimento do macho reprodutor. Dependendo da severidade da subnutrição, por exemplo, os efeitos variam de desenvolvimento testicular inadequado, pequenas alterações nas características do sêmen e/ou libido, redução na produção espermática e até infertilidade.

Animais bem alimentados na fase de cria, com dieta devidamente balanceada, podem ter a puberdade antecipada. Já erros no primeiro ano de vida podem comprometer não só a idade à puberdade, como também a capacidade reprodutiva futura.

O touro jovem pode ser criado em diferentes condições, tanto a pasto quanto em semiconfinamento, desde que a dieta seja equilibrada e não permita excessos e escassez nutricionais na fase de crescimento. Os animais adultos, por sua vez, têm necessidades alimentares maiores para a boa produção espermática em relação apenas à sua manutenção, embora essas necessidades sejam menores do que em animais em fase de crescimento.

É necessário evitar o excesso de alimentação a todo custo, acompanhando o ECC dos machos durante seu desenvolvimento e vida adulta, antes e depois da estação de monta.

O sobrepeso impõe ao macho a dificuldade de realizar a monta, prejudicando os índices reprodutivos, e pode levar ao acúmulo de gordura na região testicular, o que atrapalha a sua termorregulação, prejudicando a qualidade espermática.

A melhor estratégia nutricional para machos reprodutores depende do objetivo da propriedade, dessa forma:

* Se o objetivo é a venda de tourinhos de 22 a 24 meses, a suplementação deve ser intensificada para que o peso ideal seja atingido no período adequado.

* Se o objetivo é utilizar o animal na própria propriedade, podem ser utilizadas estratégias de suplementação menos intensas, o que diminui os custos, já que há um pouco mais de tempo para que os animais atinjam o peso adulto.

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Por: Thiago de Faria