O capital de giro corresponde a uma parcela de capital aplicada pela empresa em seu ciclo operacional, assumindo diferentes formas ao longo do processo produtivo e de vendas. Foto: reprodução.
A conceituação do capital de giro apresenta diferentes interpretações, dependendo dos critérios utilizados e do objetivo das análises. Corresponde a uma parcela de capital aplicada pela empresa em seu ciclo operacional, assumindo diferentes formas ao longo do processo produtivo e de vendas. O ciclo operacional é o período decorrente entre a aquisição de matéria-prima ou mercadoria, até o recebimento das vendas. Por exemplo, um recurso disponível em bancos pode ser aplicado inicialmente em estoques, voltando para os bancos, se a venda for à vista, ou duplicatas a receber, se venda for realizada a prazo.
“O capital de giro se concentra no ativo circulante de uma empresa. Representa o valor total dos recursos necessários para financiar as operações, desde a aquisição de matérias-primas até a venda dos produtos”, afirma o professor Hélvio Tadeu Cury Prazeres, do curso Administração Financeira na Pequena Empresa, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.
Os recursos financeiros alocados no ativo circulante, normalmente, representam a maior parte dos ativos totais da empresa. Isso demonstra a importância do capital de giro como base de sustentação das operações das empresas, pelo significativo nível das aplicações nos itens de curto prazo. O comportamento do capital de giro varia de acordo com a atividade da empresa, se comercial ou industrial.
Contas do balanço patrimonial que afetam o capital de giro
- Caixa – disponibilidade de dinheiro;
- Duplicatas a receber;
- Estoques;
- Fornecedores;
- Impostos;
- Empréstimos bancários;
- Descontos de duplicatas;
- Salários e encargos sociais a pagar.
Fatores que causam a insuficiência do capital de giro
- Distribuição de lucros;
- Pagamentos de empréstimos de longo prazo, sem planejamento pelo fluxo de caixa;
- Aplicação de recursos em outras atividades, de ampliação ou abertura de novos negócios;
- Aumento do ciclo de produção, que aumenta o ciclo operacional;
- Aumento dos estoques, especialmente produtos de baixo giro;
- Aumento da inadimplência;
- Compras à vista;
- Imobilizações com recursos próprios.
Os recursos financeiros alocados no ativo circulante, normalmente, representam a maior parte dos ativos totais da empresa. Foto: reprodução.
Fatores que aumentam o capital de giro
- Aumento da lucratividade, com reflexo no fluxo de caixa;
- Aumento de recursos de longo prazo;
- Aumento dos prazos de compra;
- Financiamentos destinados ao giro, ou seja, capitalização da empresa;
- Integralização de capital próprio pelos sócios;
- Redução do ciclo de produção;
- Redução dos estoques;
- Redução dos prazos de vendas;
- Vendas à vista;
- Vendas de imobilizações.
A melhoria do capital de giro
1. Otimizar a Gestão dos Estoques: ter informações atualizadas e seguras sobre a venda e o giro de cada produto; estabelecer programação de compras junto aos fornecedores; adequar os estoques de acordo com o giro e a previsão de vendas.
2. Desenvolver estratégias de mercado que possibilitem a venda dos produtos de baixo giro: negociar com os fornecedores a troca dos produtos que não vendem por outros de giro mais rápido ou que precisem ser repostos pela empresa; trocar produtos com os concorrentes; vender o estoque excedente a preço de custo, se possível; buscar alternativas de compras junto a atacadistas, quando a quantidade mínima a ser adquirida das fábricas significar manter estoques nas prateleiras por muito tempo.
3. Implementar a programação de compras: minimizar a aquisição de produtos, modelos, marcas que concorrem entre si, num mesmo show room; evitar a falta de matéria-prima na linha de produção; negociar prazo e preço com fornecedores, em conjunto.
4. Melhorar a gestão das contas a receber: acompanhar diariamente a evolução dos recebimentos, principalmente de papéis colocados em bancos; concentrar a cobrança em um único banco; negociar com clientes inadimplentes, procurando alternativas que viabilizem o recebimento dos débitos; estimar percentual aceitável para inadimplência, sendo mais rigoroso na concessão de créditos, quando o nível de inadimplência tende a aumentar; controlar os prazos de recebimento. Pode acontecer do prazo de vendas de 30, 60, 90 dias transformar-se em 45, 75, 105 dias, que acarreta maior necessidade de capital de giro.
5. Reduzir o custo do dinheiro: negociar prazos mais longos para pagamento a fornecedores, pois os juros dos fornecedores são normalmente menores do que as taxas cobradas pelas instituições financeiras; evitar imobilizações com recursos de curto prazo. Existem linhas de crédito para financiar imobilizações, onde os prazos são mais adequados e os juros mais acessíveis, como FINAME (para equipamentos novos), PROGER (recursos do FAT, destinados a investimentos fixos e parte para Capital de Giro), programa de apoio às empresas de pequeno porte do BNDES, destinado a investimento fixo e capital de giro, crédito direto ao consumidor para financiar a venda aos clientes, que possibilita à empresa receber à vista para melhorar o fluxo de caixa.
6. Melhorar a margem de comercialização e reduzir despesas: negociar com fornecedores; buscar novos fornecedores ou matérias primas alternativas; pesquisar produtos que ofereçam melhor margem na venda, cortar despesas não justificadas; eliminar desperdícios; eliminar horas extras desnecessárias; incentivar vendas à vista, para minimizar descontos de duplicatas/cheques; identificar bancos que oferecem taxas mais baixas e exigem reciprocidades menores.
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Por Andréa Oliveira.
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