A criação de camarões de água doce é relativamente mais simples do que a de camarões marinhos, podendo ser realizada em propriedades de pequeno, médio ou grande porte, localizadas próximo ao litoral ou no interior, conforme explica o Prof. Dr. Wagner Cotroni Valenti, do Curso CPT Cultivo de Camarão de Água Doce.
Algumas características são básicas para que uma espécie de camarão possa ser cultivada:
1) Fácil manutenção e reprodução em cativeiro.
2) Alta fecundidade.
3) Rápido crescimento.
4) Alimentação simples e barata.
5) Rusticidade e boa aceitação no mercado consumidor.
Dentro dos requisitos técnicos considerados na seleção de áreas adequadas à atividade, destacam-se as condições de temperatura da água, disponibilidade de água de boa qualidade, situação topográfica, tipo de solo, etc.
Além dessas disposições técnicas, as situações logísticas também devem ser consideradas, tais como: estudo de mercado, infraestrutura local, acesso, mão de obra, entre outras. A recria inicia-se a partir do povoamento dos viveiros com pós-larvas (fases iniciais obtidas através de um processo de manutenção das larvas em instalações específicas – laboratórios de larvicultura).
A reprodução desse tipo de camarão tem início na água doce. No entanto, as larvas desovadas pelas fêmeas precisam ser mantidas em água salobra durante aproximadamente 40 dias, até que sofram a metamorfose, possibilitando sua liberação nos viveiros de água doce. O processo de larvicultura é tecnicamente complexo.
O camarão-da-malásia apresenta bons resultados de crescimento quando submetido a temperaturas da água em torno de 25°C a 28°C. Dessa forma, recomenda-se que seja efetuado um levantamento das temperaturas locais mensais, compreendendo o período dos últimos 10 anos, para que se possa obter duas a três safras anuais.
Com relação à topografia, terrenos com inclinação suave de até 2% são os mais recomendados, pois representam uma maior economia na construção dos viveiros. Terrenos planos também se prestam para a atividade; no entanto, implicam em custos mais elevados na escavação.
Os solos mais aproveitáveis são aqueles com teor silte argiloso entre 30% e 70%. Solos muito arenosos proporcionam excessiva infiltração, dificultando a manutenção da água nos viveiros. Por outro lado, solos muito argilosos podem resultar em rachaduras nas porções emersas dos taludes.
Embora possa ser conduzido por pequenos produtores, recomenda-se aos iniciantes a compra de pós-larvas de laboratórios comerciais para os primeiros povoamentos dos viveiros de recria (LOMBARDI e MARQUES, 2009).
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Por: Thiago de Faria
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Comentários
Alquimes floresta
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